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Apoio de Bolsonaro dá munição a adversários para colar prisão de Crivella à imagem do Planalto

Por Redação

22/12/2020 às 09:55:34 - Atualizado há
Prefeito, que foi candidato à reeleição no Rio, foi um dos principais nomes apoiados por Bolsonaro. Assessores disseram ao blog que consideram que estratégia do presidente de associar imagem a candidatos de fora do núcleo familiar foi um 'erro'. Presidente Jair Bolsonaro e prefeito do Rio, Marcelo Crivella, em evento no Rio

Alan Santos/PR/Divulgação

Durante a campanha eleitoral, o presidente Bolsonaro foi aconselhado algumas vezes a não se envolver nas campanhas municipais - como havia sinalizado inicialmente.

No entanto, ele mudou de ideia e apoiou explicitamente candidatos em algumas regiões. Nas capitais, deu apoio a Celso Russomano, em São Paulo, e no Rio de Janeiro, a Marcelo Crivella (Republicanos).

No caso de Crivella, gravou vídeo por entender que o prefeito seria o melhor candidato. Na TV, a campanha de Crivella usou e abusou das imagens do presidente e de seus assessores, entre eles, o ministro do GSI, Augusto Heleno.

No entanto, desde o começo da campanha, assessores do presidente avaliavam como um erro a estratégia de associar a imagem do Planalto a candidatos que não fossem da família, como Carlos Bolsonaro e Rogéria Bolsonaro.

Nesta terça-feira (22), com a prisão de Crivella, o que a ala política do governo federal temia aconteceu: um dos principais candidatos apoiados pelo presidente foi preso. Fontes que conversaram com o blog afirmam que, por um erro de estratégia do presidente na campanha, o Planalto deu de “bandeja” à oposição a possibilidade de exploração da prisão de Crivella como um caso de um aliado do presidente - e vão colar o episódio à imagem do governo federal.

Durante a campanha, assessores que conversavam com o blog afirmavam que o presidente justificava seus apoios por querer evitar o contrário: aquele candidato que ele não apoiou, se ganhasse e fosse preso ou tivesse problemas com corrupção, ele poderia dizer à população que estava do outro lado, como parte do seu discurso de apoio ao combate à corrupção.

Como exemplo, citavam o tempo todo o destino Wilson Witzel. Preso, Bolsonaro explorou politicamente a situação o tempo todo, dizendo que o governador buscara seu apoio, mas ele nunca deu. “E olha o que aconteceu”.

No caso de Crivella, no entanto, o efeito foi exatamente o contrário. Agora, o prefeito, chamado de “Crivella Witzel”, por Eduardo Paes no último debate da TV Globo, vai ser chamado, na avaliação de interlocutores do presidente, de um “aliado de Bolsonaro que foi preso”.

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