As comemorações de Natal e ano-novo devem aumentar em 8% o volume de passageiros no aeroporto de Guarulhos, em São Paulo. A previsão é da GRU Airport, concessionária que administra o maior aeroporto da América do Sul e o segundo maior da América Latina
A expectativa reafirma a tendência de recuperação do setor. Entre os dias 1° e 30 de novembro, foram mais de 1, 9 milhão de viajantes, aumento de 12% em relação a outubro. Os números, no entanto, ainda estão distantes do período anterior à pandemia. Em 2019, foram 2,4 milhões de passageiros entre 20 de dezembro e 6 de janeiro de 2020. Atualmente, são 28 empresas em operação para 29 destinos internacionais. Isso representa uma retomada de 58%.
Mesmo com o aumento de casos e mortes causadas pelo novo coronavírus, dezenas de passageiros decidiram que não dava para adiar mais as viagens. O gerente comercial Antonio Pedro Ribeiro resolveu que era o momento de rever os pais, em João Pessoa (PB), após mais de um ano de distanciamento. A viagem será curta, apenas dez dias. "Estou tomando todos os cuidados, mas preciso recarregar as energias para o ano que vem", diz o viajante de 48 anos com um bilhete da Latam para 16h. "Eu tinha comprado a passagem quando os casos diminuíram e parecia que a situação ia se normalizar. Não consegui adiar ou trocar o bilhete."
O desafio do aeroporto e das companhias aéreas é evitar as cenas de aglomeração registradas no final de semana. Vídeos amadores que circulam pelas redes sociais nesta terça-feira, 22, registraram grandes filas gigantescas e passageiros muito próximos uns dos outros no saguão de embarque do Terminal 2. Também nesta terça-feira, 22, o aeroporto de Congonhas, na zona sul de São Paulo, apresentava filas de passageiros no check-in de embarque. Apesar de usarem máscaras, alguns não respeitavam a distância de 1,5 metro entre uma pessoa e outra recomendada pelos especialistas.
As imagens de Guarulhos receberam críticas do governo estadual. "Não pode acontecer o que aconteceu. É inadmissível que as companhias aéreas não tenham se preparado, é um problema de planejamento inadmissível", criticou João Gabbardo, membro do Centro de Contingência contra o Coronavírus de São Paulo.
A GRU Airport afirmou que "continua seguindo todas as recomendações emitidas pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) e cooperando com órgãos federais e companhias aéreas no enfrentamento à pandemia da covid-19, bem como na prevenção da transmissão de quaisquer doenças infecto contagiosas entre funcionários e passageiros a partir das medidas, como a recomendação para o uso de máscaras, aferição de temperatura e abastecimento de 300 dispensers de álcool em gel", entre outras".
A companhia aérea Gol, onde se localizaram as filas de passageiros, informou que o transtorno foi causado por uma queda de energia. "Sobre as imagens que estão circulando nas redes sociais, a Gol esclarece que elas são referentes ao último domingo (20/12), decorrentes de uma queda de energia no Aeroporto Internacional de Guarulhos na noite de sábado (19). O incidente afetou o funcionamento dos terminais 2 e 3 deixando as companhias aéreas sem sistema. A situação foi normalizada no próprio domingo, quando o atendimento aos Clientes deixou de ser feito de forma manual com o retorno dos sistemas."