Ministro ia com uma delegação de oito pessoas para discutir 5G e transformação digital com interlocutores da Comissão Europeia e com eurodeputados Em meio à nova onda de covid-19, o ministro das Comunicações, Fabio Faria, cancelou uma visita que faria a Bruxelas entre segunda e quarta-feira, com uma delegação de oito pessoas, para discutir 5G e transformação digital.
Faria teria encontros com interlocutores da Comissão Europeia e com eurodeputados. A iniciativa de cancelar a visita partiu do ministro, segundo fontes, ao Brasília se dar conta da evolução da nova variante ômicron. Mas haverá sequência em nível técnico no diálogo bilateral.
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A delegação brasileira tinha interesse em saber a progressão do 5G na Europa, normatização de comercio eletrônico e plataformas digitais etc.
Na verdade, enquanto as redes 5G começam a ser implantadas para estarem em bom ritmo até 2023, quando todos os núcleos e infraestruturas terão sido mudados para essa tecnologia, o 6G já está atraindo as atenções no velho continente.
A Europa lançou um projeto de pesquisa sobre 6G chamado Hexa-X com ambição de assumir a liderança na próxima tecnologia de redes sem fio de ultra-velocidade. Conforme Samsung, será possível participar no futuro de uma reunião graças a um holograma ou inspecionar um local a distancia ficando em casa, por exemplo. Já a Nokia antecipa o fim do teclado, substituído por voz ou gesto.
Luigi Gambardella, presidente da EUBrasil, entidade focada nas relações bilaterais, vê oportunidades de se incentivar a parceria público-privada entre a Europa e o Brasil na área de 5G.
Ele nota que a indústria europeia tem presença histórica no Brasil. “As duas principais operadoras de telecomunicações, Telefónica e TIM, e os dois principais fornecedores, Ericsson e Nokia, são todos europeus”, destaca.
“O desempenho das novas redes irá âmudarâ o foco de uma internet para consumidores para uma internet industrial e isso exigirá que o setor privado desenvolva novos modelos de negócios entre as indústrias de telecomunicações e todas as aplicações industriais como robótica, automóveis, saúde etc.”, afirma o executivo.
Nesse contexto, Gambardella sugere que a EU e o Brasil promovam uma cooperação específica das empresas de telecomunicações e da indústria brasileira com as indústrias verticais europeias, em particular em três áreas.
Primeiro, em termos de “Cidade Inteligente”, com projetos conjuntos entre cidades brasileiras e europeias em parceria com o setor privado e compartilhar as melhores práticas
Segundo, em “Mobilidade”. Observa que veículos elétricos e conectados transformarão a indústria automotiva e ajudarão a descarbonizar o planeta.
Terceiro, no “Agri tech”. O Brasil é um líder mundial no uso de tecnologias para a agricultura. Graças à agri tech, consegue melhorar a qualidade, a rastreabilidade dos alimentos e, ao mesmo tempo, aumentar a produtividade. Para o executivo, a Europa e o Brasil poderiam se beneficiar desta cooperação vantajosa para os dois lados.
“Devemos incentivar a pesquisa conjunta em 6G e envolver o Brasil desde o início”, completou Gambardella.
ministro Fabio Faria
Cleia Viana/Câmara dos Deputados