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Minas Gerais

Sustentabilidade


Um Valor a Ser Cultivado União

Freepik

Querido Diário,

É inegável que esse longo período isolado mexeu muito comigo, me fazendo refletir sobre questões não somente relacionadas a mim mesmo, mas em relação ao próximo e sobre o impacto de nossas ações sobre o mundo.

A divulgação do último e alarmante relatório do IPCC (Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas) me deixou abalado. Desde então, não consigo mais viver achando que sou apenas uma gota no oceano e que o que faço não interfere nas mudanças climáticas (algumas delas irreversíveis), como se isso não me dissesse respeito.

Muito pelo contrário: nosso comportamento egoísta e nosso consumo desenfreado não são favoráveis à vida (somente a corporações) e têm destruído recursos preciosos para a nossa sobrevivência, em uma escalada de desequilíbrio que, se não for interrompida, terá consequências ainda mais desastrosas.

Quando se fala em desenvolvimento sustentável, uma das definições mais conhecidas é a que consta no Relatório Brundtland (1987): “aquele que atende às necessidades do presente sem comprometer a possibilidade de as gerações futuras atenderem às suas necessidades”.

Não estamos desconectados da natureza e nem do outro

Ou seja, ao pensarmos sobre sustentabilidade, devemos lembrar que não estamos desconectados da natureza e nem do outro. Somos parte da equação, há aspectos sociais a serem levados em consideração. Logo, devemos repensar nossas atitudes em prol de um bem maior.

Como agir de forma sustentável?

Daí me peguei pensando: por onde devo começar? Após pesquisas e reflexões, compartilho algumas sugestões.

Cultivando sua própria horta

Devido ao uso indiscriminado de químicas pesadas e artificiais em alimentos ultraprocessados, optei por uma alimentação mais natural: comecei a cultivar minha própria horta, e não tem nada mais gostoso do que ter um tempero fresquinho à sua disposição!

Contribuindo para a subsistência do pequeno produtor rural

Para complementar minha dieta, passei a assinar uma cesta de vegetais vindos da agricultura familiar e com uso mínimo de agrotóxicos: além de me alimentar de forma balanceada e saudável, de quebra benefício pequenos produtores rurais, que manejam o solo de forma equilibrada, preservando-o.

Separando o seu lixo

Ao separarmos o lixo orgânico do inorgânico, contribuímos para a reciclagem de lixo, que reduz o impacto sobre o meio ambiente:

Economiza recursos naturais, como a água (evitando a extração de mais matéria-prima da natureza);

Alivia lixões e aterros sanitários (para que recebam somente resíduos que não pode ser reaproveitados);

Permite o reaproveitamento de resíduos sólidos

Gera renda para catadores de lixo, que dependem dos resíduos sólidos descartados para viver)

Já que agora cuido da horta, passei até a usar meu lixo orgânico como insumo para minha composteira!

Pai e filho separando garrafas plásticas em um cesto de lixo para materiais recicláveis.

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Reduzir o consumo de plástico

Por ser altamente resistente à ação de fungos e bactérias, o plástico leva cerca de 400 anos para ser degradado. Além disso, sua facilidade de dispersão o torna uma verdadeira ameaça para os mares e animais que nele habitam - quem nunca viu alguma foto chocante de animal marinho preso em lixo ou mesmo dele morto, dissecado, com o estômago recheado de plástico?

Reduzir o consumo de plástico

Vicky Gurney

O mais assustador é que estamos sujeitos ao mesmo risco: um estudo publicado no periódico científico United European Gastroenterology Journal (2018) analisou as fezes de pessoas de nacionalidades distintas e encontrou partículas de policloreto de polivinila (PVC), polipropileno, polietileno tereftalato (PET) e até uma dúzia de plásticos diferentes. Estamos provando do nosso próprio veneno!

Algumas atitudes que passei a tomar para reduzir drasticamente o uso de plástico incluem:

Usar somente sacolas recicláveis para fazer compras;

Usar caixas de papelão (geralmente procuro por uma no próprio mercado, antes de ir para o caixa);

Fora de casa: use seus próprios talheres, copos e garrafas, ao invés de descartáveis;

Achei dicas bem interessantes neste post, que também fala sobre a classificação dos diferentes tipos de plástico, impressas nas embalagens. Essa classificação, que vai de 1 a 7 e aparece inscrita em um pequeno triângulo, indica se o plástico é reciclável ou não e se podemos reutilizá-lo.

Sacola reciclável

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Doando Roupas

Passei tanto tempo olhando para as paredes de casa que me dei conta de quanta coisa nem uso mais. Daí conversei com uma amiga que sempre faz doações para ONGs, separei um montão de peças de roupa, cobertores e toalhas em bom estado e fomos juntos doar para quem mais precisa!

Dá aquele quentinho no coração poder ajudar quem está em situação de vulnerabilidade sempre que possível, em um mundo de desigualdades sociais tão acentuadas. Além disso, você tem a oportunidade de ressignificar o que não tem mais utilidade para você, ao invés de simplesmente descartar.

Organizando cobertas em estoque de roupas e mantimentos para doação

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Consumindo menos carne

Consumir menos carne

Divulgação

A pecuária traz inúmeros danos ao meio ambiente. Além do desmatamento de áreas verdes (comumente através de queimadas) para dar lugar a pastagens, a criação de animais de leite e corte consome muita água; aumenta a emissão de gases do efeito estufa, que provocam mudanças climáticas (bovinos emitem gás metano; aves e suínos, óxido nitroso e CO2) e exige investimentos em plantações para produção de plantas forrageiras e grãos para alimentá-los (enquanto tantas pessoas passam fome), entre outros malefícios. Isso sem falar no sofrimento animal envolvido, tudo para satisfazer nosso paladar egoísta.

Caso você não queira abrir mão do consumo de carne e demais derivados animais (ovos e leite), consumi-los de forma moderada já faz a diferença. Inclusive, um estudo publicado no The Lancet afirma que o menor consumo de carne e derivados animais promove benefícios à saúde. Ao comparar diferentes dietas, o relatório conclui que as mais saudáveis são a flexitariana (com baixo consumo de proteína animal) e a mediterrânea (menor emissão de CO2).

Seja parte da mudança!

É preciso ficar atento, pois cada gesto nosso pode contribuir para aumentar a conscientização e mudar comportamentos. Faça este alerta chegar a seus amigos e familiares. Juntos, vamos longe!

G1

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