Boletim de ocorrência foi registrado como lesão corporal na última segunda-feira (27); o g1 procurou os envolvidos. Veja a nota emitida pela Prefeitura. UBS do Bairro Grama em Juiz de Fora
Reprodução/TV Integração
Uma mulher, de 36 anos, registrou um Boletim de Ocorrência (BO) junto à Polícia Militar (PM) de Juiz de Fora, em que denuncia ter sido agredida por uma funcionária, de 32 anos, da Unidade Básica de Saúde (UBS) do Bairro Grama, após questionar a interrupção da aplicação de doses da vacina contra a Covid-19.
O caso foi registrado pela PM na última segunda-feira (27) como lesão corporal e a funcionária da unidade de saúde chegou a ser levada para a Delegacia de Polícia Civil para prestar esclarecimentos, assinou um Termo de Compromisso se colocando à disposição da Justiça e foi liberada. Em nota a Prefeitura de Juiz de Fora afirmou as versões apresentadas são divergentes. Veja na íntegra.
Em entrevista ao g1, Aurora Laguardia [vítima], relatou que estava na fila para se vacinar na UBS de Grama e que chegou ao local por volta de 10h20 da segunda, porém, de acordo com ela, os funcionários alegaram que não iriam diluir mais vacinas na parte da manhã, somente após o horário de almoço.
"Questionei o motivo, sendo que na fila estavam várias pessoas aguardando, inclusive um cadeirante. Estávamos no horário de atendimento e havia vacina no posto, eu mesma conferi e, em determinado momento ao questionar porque não nos vacinariam, a funcionária da UBS me tirou da sala pelo braço, me machucou. Depois de muito insistir, resolveram nos vacinar, porém, a profissional de saúde aplicou muito forte, machucando mais ainda meu braço", completou.
A mulher afirmou, ainda, que foi impedida de fotografar a situação.
"Entreguei meu celular para um rapaz que estava na fila e pedi que me fotografasse. Neste momento a profissional pegou meu celular da mão do homem e acabou caindo no chão e trincando a tela. Ela disse que não iria tirar foto alguma".
Mulher denuncia ter sido agredida por profissional de saúde em Juiz de Fora
Aurora Regina Teixeira/Arquivo Pessoal
Boletim de Ocorrência
O que alegou a vítima
Conforme o BO registrado pela Polícia Militar, os militares foram chamados pela vítima, que alegou que foi até a UBS para se vacinar contra a Covid-19 e que, devido a demora no atendimento, começou a questionar os profissionais ali presentes se havia vacinas suficientes para todos que estavam na fila.
Segundo Aurora, os profissionais informaram que as vacinas ainda não estavam diluídas, momento em que ela falou para que os funcionários realizassem o procedimento de diluição necessário para a aplicação da dose, "pois ainda estava no horário de vacinação e que ela queria receber a dose da vacina".
Ainda de acordo com o BO, a vítima relatou que a profissional de saúde realizou o procedimento de diluição e a chamou para a sala para ser vacinada e que, neste momento, pegou o celular para fotografar a aplicação, conforme tem o hábito.
"No momento em que pegou o celular para fotografar o momento, a profissional disse que não autorizava ser fotografada. Aurora relatou, ainda, que a funcionária, ao aplicar a agulha no seu braço, empurrou com brutalidade, momento em que disse que até uma girafa teria mais delicadeza para aplicar uma injeção".
Diante da situação, a vítima perguntou o nome da profissional de saúde responsável pela aplicação, pois a mesma estava sem crachá de identificação, porém a informação foi negada.
Com o intuito de identificar o nome da profissional, a vítima viu algumas folhas em cima de uma mesa que estavam carimbadas e tentou fotografar para gravar o nome da profissional, pois queria fazer uma reclamação, contudo, foi impedida pela profissional, que teria pegado o celular da vítima de maneira brusca. Em seguida, ela teria, ainda, pegado no braço da vítima e a retirado da sala de vacinação
O que alegou a suspeita
De acordo com a PM, a funcionária qualificada como autora das agressões, relatou que estava escalada para trabalhar em outra área do posto de saúde, mas foi ajudar na sala de vacinação, momento em que a denunciante entrou na sala de vacinação e começou a filmar o procedimento do local.
A funcionária relatou ter advertido a vítima dizendo que o local não poderia ser filmado e que, após o fim da aplicação, a denunciante afirmou que preferia ter tomado a injeção com um cavalo.
Ainda conforme a denunciada, diante da insistência da vítima em filmar ela [denunciada] e o local, pediu que a mulher se retirasse da sala, o que foi negado.
"Momento em que a funcionária disse que pegou no braço esquerdo da vítima e lhe retirou do local, contudo, não a lesionou".
Testemunhas
Uma testemunha, que estava na fila para ser vacinada, confirmou aos policiais a versão da vítima. Já uma outra profissional de saúde, também qualificada como testemunha e que estava presente na sala de vacinação, contou que presenciou Aurora tentando filmar e fotografar o procedimento e que viu o ocorrido, porém, afirmou que a vítima não foi machucada.
Nota da Prefeitura
"A Secretaria de Saúde (SS) da Prefeitura de Juiz de Fora (PJF) está apurando internamente o caso. A versão das profissionais da unidade diferem do expresso pela usuária no boletim de ocorrência. . A pessoa que afirma ter sido agredida não foi proibida de ser fotografada no ato da vacinação. A proibição era para fotografar os impressos da sala de vacina, onde havia o carimbo da servidora. A técnica de enfermagem nega as agressões. O Departamento de Desenvolvimento de Atenção à Saúde (DDAS), através da assessoria jurídica, irá prestar adequado suporte à servidora."
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