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Janeiro verde: médicos em Juiz de Fora alertam para saúde da mulher e prevenção do câncer de colo do útero

Por Redação

23/01/2022 às 15:28:34 - Atualizado há
Uma das medidas de prevenção ao câncer é a vacinação contra o HPV. Segundo a Prefeitura, cobertura vacinal de meninos e meninas alcançou apenas 35% do público-alvo. Janeiro Verde faz campanha contra o câncer de colo de útero, foto ilustrativa

Hospital Anchieta/Divulgação

O câncer de colo de útero é 3° tipo da doença mais comum nas mulheres e a 4ª causa de morte feminina no Brasil, de acordo com dados do Instituto Nacional de Câncer (Inca). Durante todo o mês de janeiro, ocorre a campanha "Janeiro Verde", cujo objetivo é orientar a população feminina para a importância da prevenção e da detecção precoce da doença.

O g1 conversou com um ginecologista e com um oncologista sobre a importância de realizar o acompanhamento médico, idade ideal para fazer o exame, além de orientações sobre sintomas e prevenção.

Veja, também, os locais de atendimento ginecológico e oncológico em Juiz de Fora e, ainda, pontos de vacinação contra o HPV, um dos vírus que pode influenciar no aparecimento do câncer.

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Câncer de colo de útero

Segundo o ginecologista Alexandre Ronzani, 90% dos casos de câncer de colo do útero é decorrente da ação do Papiloma Vírus Humamo (HPV), um vírus transmissível sexualmente, mais comum em mulheres com início precoce da vida sexual, com múltiplos parceiros e tabagista.

Para se prevenir o HPV, é oferecida a vacina, que faz parte do Programa Nacional de Imunizações (PNI) para meninas de 9 a14 anos.

"A vacina, como a maioria das vacinas, pode chegar até a 75% de eficácia e está disponível gratuitamente pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Se vacinar é a uma importante medida de prevenção para conter a ação do HPV e, consequentemente, do aparecimento do câncer de colo do útero, no entanto, o acompanhamento periódico é a principal forma de identificar o câncer em estágio inicial, ressaltou o médico.

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O que é?

De acordo com o professor associado de Oncologia da UFJF e membro do Conselho Consultivo da Sociedade Brasileira de Cirurgia Oncológica, Alexandre Ferreira Oliveira, o câncer de colo uterino é um tipo de câncer que acomete o colo do útero, estrutura interposta entre a vagina e o corpo uterino. O médico também alertou que é uma lesão altamente rastreável e com grande chances de prevenção.

Médico Alexandre Ferreira Oliveira

SBCO/Divulgação

"Quando detectado na fase inicial, a chance de cura chega a quase 100% dos casos, além de permitir, com tratamentos alternativos, a preservação da fertilidade da mulher", explicou o médico.

Sintomas

A maioria dos casos não tem sintomas, informou o ginecologista Alexandre Ronzani. No entanto, quando em estágio avançado, apresenta sinais como:

corrimentos;

sangramentos genitais;

sangramentos genitais durante relações sexuais;

dor.

Diagnóstico

O diagnóstico é feito pelo preventivo ginecológico, através do Exame de Papanicolau e pode ser complementado com outros exames como biopsia e DNA do vírus.

Segundo o ginecologista, a recomendação dos exames preventivos pelo Ministério da Saúde é que seja feito de 25 a 69 anos, anualmente, ou de 3 em 3 anos se 2 exames anuais derem negativos.

"O ideal é que todas as mulheres com vida sexual ativa façam anualmente", recomendou

Tratamento e prevenção

O câncer de colo de útero acomete, geralmente, mulheres com idades menores que 50 anos e por isso o cuidado em se fazer o rastreamento e da vacinação são essenciais.

"Hoje o cirurgião oncológico é um profissional treinado para tratar essa patologia através de tratamentos menos radicais fazendo com que a chance de cura seja alta e a mulher preserve a fertilidade", apontou o presidente da Sociedade Brasileira de Cirurgia Oncológica (SBCO).

Na fase inicial, a alternativa e um procedimento chamado traquelectomia radical, uma cirurgia capaz de remover o tumor e preservar a fertilidade. Já em casos avançados, é necessário a realização de radio e quimioterapia, com cura de 60% a 70% dos casos.

Vacinação contra o HPV é uma medida de prevenção

Vacina contra o HPV, foto de arquivo

MGTV/Reprodução

Em 2017, um estudo do Ministério da Saúde apontou que metade dos jovens brasileiros tinham HPV — que é considerado o segundo maior agente causador de câncer nos humanos, atrás apenas do tabaco.

Por isso, a vacina é fundamental para mulheres e homens por ajudar a evitar tanto a infecção e a transmissão do vírus quanto o surgimento das lesões que podem se tornar câncer.

Segundo o ginecologista Alexandre Ronzani, 90% dos casos de câncer de colo do útero é decorrente da ação do Papiloma Vírus Humamo (HPV), um vírus transmissível sexualmente, mais comum em mulheres com início precoce da vida sexual, com múltiplos parceiros e tabagista.

Ao g1, Juliana Mary de Sousa contou que a filha, de 15 anos, já se vacinou contra o vírus.

"A vacina é importante porque faz com que as meninas fiquem livres de ter o HPV quando começar a ter relações sexuais e a vacina é eficiente, é eficaz e é quase uma garantia que elas não terão o câncer de colo do útero, a não ser que seja uma coisa genética, e não através do vírus", ressaltou Juliana.

Em Juiz de Fora, a vacina contra HPV quadrivalente é ofertada nas Unidades Básicas de Saúde (UBSs) para meninas entre 9 a 14 anos e meninos entre 11 a 14 anos. Também é ofertada para pacientes vivendo com HIV/Aids, transplantados de órgãos sólidos e de medula óssea e pacientes oncológicos, para ambos os sexos de 9 a 26 anos.

As coberturas vacinais nos anos de 2020 e 2021, segundo a Prefeitura, giram em cerca de 35%, ou seja, muitos jovens ainda não procuraram a vacina.

"Múltiplos fatores justificam a baixa cobertura do público alvo, dentre eles a pandemia causada pelo coronavírus até campanhas anti- vacinas", ressaltou a Administração.

No município as pessoas podem buscar pelo imunizante nas Unidades Básicas de Saúde que não são referência para Covid-19 no período da tarde e no Departamento de Saúde da Criança e Adolescente. No caso das pessoas com comorbidades, podem procurar também o Centro de Referência de Imunobiológicos Especiais do Hospital Universitário (CRIE/HU).

Cenário

Por ano, mais de 16 mil brasileiras são diagnosticadas com câncer de colo de útero no Brasil, e cerca de 7 mil acabam morrendo. A reportagem entrou em contato com a Prefeitura de Juiz de Fora e solicitou dados acerca do número de diagnósticos no município, no entanto, não houve retorno até a última atualização.

Conforme o oncologista Alexandre Ferreira Oliveira, apesar de acometer mulheres com idades menores que 50 anos, os diagnósticos aumentaram em mulheres jovens.

"A gente tem se surpreendido com pacientes em torno de 20 a 30 anos que são diagnosticadas. Houve sim uma reincidência da doença no país, porém estamos pegando uma população jovem com a doença. Minas continua com a incidência baixa, porém abaixo de países desenvolvidos", completou.

Locais de atendimento em Juiz de Fora

De acordo com a Prefeitura, a Atenção Primária à Saúde realiza, dentro dos atendimentos ambulatoriais ginecológicos, o exame Citopatológico, popularmente conhecido como Preventivo e que serve como rastreio para diagnosticar lesões no colo do útero, que poderão se tornar câncer e outras doenças como HPV, nódulos e cistos, gonorreia, clamídia, tricomoníase, sífilis e candidíase.

O Departamento de Saúde da mulher, gestante, criança e adolescente, localizado no Centro da cidade, realiza o exame gratuitamente para mulheres que não possuem Unidade Bácia de Saúde no bairro em que mora.

Caso o preventivo apresente alterações, tanto mulheres da área coberta, quanto descoberta, são atendidas pelo departamento, através da realização de exames complementares, como a colposcopia ou até biópsia. Quando o resultado da biópsia vem positivo para câncer do colo uterino, a paciente é encaminhada para tratamento terciário da rede do SUS.

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Fonte: G1
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