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Ana Flor: governo negocia reajuste de 7,5% para professores, que esperam 33%O governo federal vai editar uma medida provisória nos próximos dias para fixar o reajuste anual do piso dos professores do ensino básico para 2022. O blog apurou que o percentual acertado entre Casa Civil e Ministério da Economia é de 7,5% – os sindicatos das categorias esperam 33,23%.O reajuste vem sendo negociado com parlamentares e, também, com governadores e prefeitos. Os gestores locais pressionam por um percentual menor, já que são eles que pagam os salários. Para isso, consideram que o piso do magistério teve aumento superior a 60% nos últimos anos.O Ministério da Educação sempre estabelece, em janeiro de cada ano, o percentual de reajuste do piso da categoria. Os governos estaduais e municipais precisam atender essa determinação e cumprir o gasto mínimo constitucional com a educação e com os salários de professores.O reajuste de 33,23% defendido pelos professores segue os critérios da antiga lei do Fundo de Desenvolvimento e Manutenção da Educação Básica (Fundeb), substituída por uma nova versão aprovada no fim de 2020.O governo, por sua vez, se apoia em parecer da Consultoria Jurídica do MEC que aponta uma mudança nos critérios do cálculo com a aprovação do novo Fundeb. E tenta conceder um percentual menor para evitar novas pressões por reajuste de outras categorias do funcionalismo público.No governo federal, a ideia é utilizar algum parâmetro que permita aproximar o cálculo dos 7,5% de recomposição salarial em 12 meses. O IPCA, considerado índice oficial da inflação, fechou 2021 em patamar bem superior, de 10,67%.Se o percentual de 7,5% for aplicado, o piso nacional do magistério passará de R$ 2.886 para R$ 3.102. Com o reajuste de 33,32% defendido pelos sindicatos, o piso iria para R$ 3.847.As categorias da educação já afirmam que pretendem judicializar o tema, caso o governo defina um reajuste menor, para garantir que as regras anteriores sejam utilizadas no cálculo do reajuste de 2022.