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as melhores séries de 2020

Por Redação

27/12/2020 às 13:51:45 - Atualizado há
O post anterior foi sobre as séries mais bombantes de 2020. Este aqui é minha listinha particular do que me fez passar horas e horas felizes no sofá, apesar deste ano horrível.

10. Homecoming - A série é baseada num podcast e teve Julia Roberts como a estrela da primeira temporada, que era toda pretensiozinha (e ótima, sim), toda misteriosa e meio mística, envolvendo uma enorme teoria da conspiração. A segunda, que tem Jannelle Monaé como protagonista , é meio que um respiro nisso e ainda, hã, desconstrói a primeira, que, em perspectiva, fica muito mais legal.

9. I may destroy you - É impossível ficar indiferente depois de assistir à história escrita, dirigida e protagonizada por Michaela Coel, que usa sua própria experiência traumática de ter sido drogada e estuprada no banheiro de uma balada como ponto de partida para a série. “I may destroy you” vai fundo em questões nada simples envolvendo sexo, consentimento, abuso, relações tóxicas, machismo, amizade e a vida vivida pelas redes sociais e, embora quase se perca no meio do caminho, se recupera lindamente no final. (HBO)

Michaela Coel em 'I May Destroy You'

Divulgação/HBO

8. Plot Against America - Seria bem improvável uma minissérie produzida por David Simon baseada num livro de Philip Roth não estar entre as melhores coisas do ano. Uma realidade alternativa em que os EUA, em 1940, elegeram como presidente um herói de guerra com uma simpatia enorme pela Alemanha nazista é contada sob o ponto de vista de uma família de judeus de Newark. E aí é aquele jeito David Simon de fazer série, aquela lentidão, aquela tensão crescente e o final que faz a gente bater palmas lentas para a TV. (HBO)

7. The Boys - A primeira temporada já tinha sido boa, mas o segundo ano da série da turminha da pesada que se une pra tentar destruir a megacorporação dos super-herois fpd foi uma das coisas mais divertidas deste 2020. Heróis cada vez mais sem caráter, muitas cabeças explodindo, perseguições emocionantes e momentos fofinhos. Entretenimento de primeira. (Prime Video)

6. Curb Your Enthusiasm - Larry David, o gênio que criou "Seinfeld" junto com o Seinfeld, tem sua própria série desde 2000, mas ele só ele só bota uma temporada no ar quando está a fim. Este ano ele estava, e a décima temporada foi sensacional. O café da vingança, a denúncia de assédio sexual, o restaurante que segregava pessoas feias, Zaragoza, quanta baboseira pra gente rir nesse ano tão bosta. Se não achar por esse nome, procure por "Segura a Onda". (HBO)

Cena de 'Search Party'

Divulgação

5. Search Party - A série sobre um grupo de hipsters que se envolve em um assassinato teve uma terceira temporada completamente absurda e hilária. Os personagens conseguiram se superar na própria imbecilidade, no melhor dos sentidos, embora no começo tenha me dado um medinho de que as coisas pudessem ter se perdido. Ledo engando, tudo continua fascinante. Acho que nenhum julgamento de nenhuma série vai conseguir superar o julgamento de Dory - fora que eu nunca mais vou conseguir achar nenhuma cerimônia de casamento boa o suficiente depois dessa série. (Warner Channel)

4. Bojack Horseman - Eu odeio ter que fazer a observação “mas vai com fé, eu juro que é demais” toda vez que recomendo pra alguém essa incrível animação sobre um cavalo milionário que foi o astro de um seriado de TV dos anos 90 e que hoje luta com a depressão e o vazio existencial, com a ajuda de muito álcool, droga e sarcasmo. Porque essa série, que também tem as melhores piadas com Hollywoo(d) e as melhores piadas com animais, é apenas genial. Chegou ao fim este ano, depois de seis temporadas, de um jeito lindo e melancólico. Vai com fé, eu juro que é demais. (Netflix)

3. Normal People - Baseada no romance de mesmo nome da irlandesa Salley Rooney, que consegue captar a, digamos, essência da geração millenial, a série é uma coisa linda de se ver. É uma história difícil, complicada, sobre adolescência, paixões, descoberta do amor, do sexo, depressão, abusos... E mesmo com tanta coisa é uma dessas séries sem grandes acontecimentos ou ganchos, a gente fica só assistindo à vida de dois jovens numa relação estranha. Mas é tão bonita, tão delicada, tão bem escrita que dá vontade de ficar vendo a vida dos dois por décadas a fio. (Starsplay)

Zoë Kravitz em cena de 'High Fidelity'

Divulgação/Starzplay

2. High Fidelity - Zöe Kravitz está simplesmente perfeita no papel de Rob – personagem criado pelo escritor Nick Hornby nos anos 90 que agora surge em versão 2020 e mulher, numa adaptação nada menos que excelente. Em conversinhas com a câmera e com seus incríveis amigos/colegas de loja de discos, Rob tenta superar o término de um namoro e acaba meio obcecada com entender por que seus relacionamentos terminam. Tudo ao som de uma trilha matadora, obviamente. Difícil é viver num mundo em que “High Fidelity” não terá uma segunda temporada. (Starzplay)

1. Kidding - A história maluca do apresentador de um programa infantil adorado pelo público que tem que lidar com o luto e a separação foi a série que mais me deixou feliz neste horrendo ano de 2020. Protagonizada por Jim Carrey, com uns fantoches como coadjuvantes, episódios totalmente nonsense e igualmente divertidíssimos e com um final de emocionar, “Kidding” me fez sorrir, chorar e, mais importante, me fez abraçar minha TV em gratidão. Apenas imperdível. (Globoplay)

Menções honrosas

Vi muita coisa legal mas como a lista só tem dez colocações, ficaram de fora do ranking.

Cena da série 'Gambito da rainha'

Divulgação

Tem a óbvia hit do ano “O Gambito da Rainha” – que entrou na outra lista, a de séries bombantes, vê lá – sobre a garota órfã que vira um prodígio do xadrez (Netflix). Também vi a terceira temporada de “Ozark”, a série mais tensa do mundo sobre a família que lava dinheiro para um cartel de drogas, que se manteve tensa por toda a temporada (embora a história do irmão tenha sido levemente forçada, mas tudo bem) e terminou belissimamente.

Tem ainda "Unorthodox" (Netflix também), com só quatro episódios para contar a história de uma garota membro de uma comunidade de judeus ultraortodoxos de Nova York que foge para Berlim, mas é o que basta para deixar a gente impactado e emocionado.

Tem também “Lovecraft Country” (HBO), sem dúvida a série mais original do ano, que teria entrado na lista não fossem tantos episódios cansativos no meio de alguns geniais.

Kristen Bell em cena de 'Veronica Mars'

Divulgação/HBO

Este ano também foi o ano em que a minha série favorita da vida, a sensacional “Veronica Mars”, ganhou uma quarta temporada na HBO, depois de 13 anos do seu término original. Eu sou suspeita, porque amo Veronica, Logan, Keith e a cidade de Neptune mais que qualquer coisa, mas eu adorei a temporada. Só que o final me deixou tão, mas tão traumatizada que eu nunca consegui parar para escrever um post sobre ela. Isso e a revolta de a HBO fingir que a série não teve três temporadas anteriores apenas perfeitas. O que esses serviços de streaming estão fazendo que não estão comprando “Veronica Mars”, Brasil?

Também comecei e ainda não terminei algumas séries badaladinhas da HBO, tipo “We Are Who We Are” (todo mundo fala bem, mas, gente, que chatice aqueles adolescentes), “The Third Day” (perdi um pouco a paciência, mas retornarei), “I Know this Much is True” (Mark Ruffalo no melhor papel – nos melhores papeis, na verdade – da vida, série que só parei de ver porque é bem pesada e este ano não foi um ano fácil para a gente ver histórias pesadas, mas vou retomar) e “Industry”, que juram que é boa mas não consegui ver onde e talvez dê alguma chance.

Recomendo ainda a ótima "Dix Pourcent", série francesa delícia do Netflix sobre um escritório que agencia atores em Paris, que eu vejo

Como promessa de ano novo, darei uma chance a “Better Call Saul”, que começa muito chata mas que, pelo visto, melhora imensamente e está presente em praticamente todas as listas de melhores séries de 2020. Vou me esforçar. E, não, não tenho paciência pra ver “The Crown”. Quem sabe um dia.

Então é isso. 2021 está aí, finalmente. Que seja bom.
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