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Inflação deverá ser maior em um governo do PT, diz Stuhlberger


Para presidente-executivo e diretor de investimentos da Verde Asset Management, índice de preços deve ficar em 5,0% Em um eventual terceiro mandato de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) a partir de 2023, o Brasil deve passar a conviver com uma pressão inflacionária maior e mais persistente em comparação ao que foi observado durante os últimos anos.

A previsão foi feita nesta terça-feira (1º) por Luis Stuhlberger, presidente-executivo e diretor de investimentos da Verde Asset Management, uma das principais gestoras de recursos do mercado brasileiro, que soma cerca de R$ 50 bilhões em ativos.

"Vamos gastar um tanto mais com investimento [em um novo governo do PT], e certamente vamos ter uma inflação maior", afirmou Stuhlberger, durante evento virtual promovido pelo banco Credit Suisse.

Na pesquisa Focus desta semana, a mediana das projeções dos economistas consultados pelo BC (Banco Central) indica uma inflação no Brasil de 5,38% em 2022, desacelerando para 3,5% em 2023.

Em 2021, a alta de preços foi de 10,06%, maior percentual desde 2015.

Na avaliação de Stuhlberger, a taxa de equilíbrio da inflação no país na hipótese de um governo petista de caráter populista deverá estar mais próxima de 5% ao ano, 1,5 ponto percentual acima do centro da meta para 2022.

"Não vejo mais o Brasil em nenhuma hipótese, com o governo do PT, voltando a níveis de inflação de 3%, 3,5% como era", disse o gestor da Verde Asset, que viu o principal fundo da casa fechar 2021 com uma queda de 1,1%, marcando a segunda rentabilidade negativa de sua história.

Rogério Xavier, sócio-fundador da SPX Capital, disse, por sua vez, que prevê um novo governo do PT com dificuldades para lidar com o quadro fiscal, adotando possivelmente como saída um aumento da carga tributária.

"Acho que o Brasil vai avançar pouco, infelizmente. Eu não vejo uma gestão petista fazendo grandes transformações no país. Vejo um Orçamento muito apertado, não tem mais como cortar despesas discricionárias, e para fazer o que o PT tem como plano de voo, acho que a gente vai ter que elevar os impostos", afirmou Xavier.

De todo modo, apesar do prognóstico, o gestor da SPX Capital, que mora em Londres, disse também que a recente alta da Bolsa de Valores brasileira pode estar relacionada com uma visão mais favorável que os estrangeiros de uma forma geral têm em relação ao ex-presidente.

"As pessoas gostam do Lula aqui fora, ele é muito bem recebido, e elas não gostam do Bolsonaro, é um fato isso", afirmou Xavier.

"[Os estrangeiros] veem a troca de poder, supondo que a eleição do Lula esteja bem encaminhada, como um Lula responsável, que vai se dirigir ao centro, e que, apesar de falar contra o teto de gastos, vai arrumar um arcabouço fiscal para colocar no lugar. Eu, particularmente, não acredito que vá acontecer isso. Acho que as dificuldades em termos fiscais são muito maiores do que a gente imagina", disse o gestor da SPX Capital.

Gestor de portfólios da Clave Capital, André Caldas afirmou que uma eventual movimentação dos candidatos em direção ao centro, em especial por parte do petista, deve ser bem recebida pelos investidores.

"Acho que o upside [valorização] do mercado virá à medida que o Lula se aproxime do centro e consolide uma coalizão contra o governo atual", afirmou Caldas. "Isso seria muito bem visto pelo mercado, e me parece um dos cenários mais prováveis."

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