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Volta às aulas 2022 em Juiz de Fora: veja a preparação para o retorno, orientações e protocolos sanitários

Por Redação

06/02/2022 às 17:55:16 - Atualizado há
Em algumas escolas particulares, alunos já estudam presencialmente. O g1 conversou com pais e com um infectologista que deu dicas de proteção contra a Covid-19. Lousa com giz em sala de aula, foto ilustrativa

Marcos Santos/USP Imagens

O retorno das aulas presenciais em Juiz de Fora já começou em algumas escolas particulares em 2022. Na rede estadual, os alunos voltam na próxima segunda-feira (7). Já nas instituições municipais, no dia 14 de fevereiro. No entanto, o aumento do número de casos de Covid-19 no início deste ano preocupa autoridades. Somente na primeira semana deste mês, foram 1.366 infectados.

Segundo o infectologista Marcos Moura, é preciso que os colégios e as famílias sigam com os protocolos de segurança contra a doença para que dessa forma o retorno ocorra com segurança.

Para saber como está a preparação, o g1 conversou com alguns pais. Veja também os protocolos sanitários divulgados pela Prefeitura de Juiz de Fora, Secretaria de Estado de Educação (SEE-MG) e Sindicato das Escolas Particulares (Sinepe).

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Volta às aulas

Criança de Juiz de Fora mostra itens de proteção para volta às aulas

Laura Augusta de Sousa/Arquivo pessoal

A mochila de Rafaela Sousa Rangel Moreira, de 9 anos, já está quase pronta para a volta às aulas. A menina estuda em uma escola particular do município e as aulas presenciais estão previstas para começar na próxima segunda.

Além do material escolar, itens de proteção contra a Covid-19, como máscaras, álcool em gel e uma garrafa de água própria foram incluídos.

"Aqui em casa sempre conversei com a Rafaela sobre o que é a Covid-19 e quais os riscos da doença. Claro que o retorno presencial me preocupa, mas já estou mais aliviada por ela estar vacinada, mesmo que seja apenas com 1ª dose, e sei que a escola é importante para essa etapa da vida. Ela foi orientada demais sobre o uso de máscaras e a troca, usar o álcool em gel sempre, não compartilhar a garrafinha de água dela com os amigos e materiais. Todo cuidado é necessário, tanto para ela, como para o outro", explicou a mãe, Laura Augusta de Sousa.

As orientações passadas pela família já foram aprendidas pela criança, que gravou um vídeo. Veja abaixo.

Criança em Juiz de Fora fala sobre a preparação de volta às aulas

Os itens de proteção contra a doença também fazem parte do dia a dia escolar de Sara Nunes, que tem 2 anos e 5 meses e ainda não foi vacinada, visto que essa faixa etária ainda não foi incluída no Plano Nacional de Imunização (PNI).

Uso de máscara faz parte da rotina de Sara Nunes, de 2 anos e 5 meses

Juan Nunes/Arquivo Pessoal

De acordo com o pai, Juan Nunes, a maior preocupação é com a contaminação pelo coronavírus, justamente pelo fato da criança ainda não ter sido vacinada. Contudo, ele informou que Sara é instruída na medida do possível quanto as medidas cabíveis para minimizar o risco.

Sobre a preparação para o ano letivo, Juan explicou que é desafiador, "mas estamos tentado passar a ela o máximo de tranquilidade possível, para evitar que ela crie um bloqueio nessa nova etapa da vida dela", pontuou.

Entre as orientações dadas para a menina está o uso de máscara, evitar colocar a mão na boca e nos olhos e sempre usar álcool em gel.

"Por mais que ela seja muito nova, já se adaptou a essa realidade e se tornou rotina na vida dela todos esses hábitos", concluiu Juan.

Infectologista dá orientações

Marcos Moura, infectologista em Juiz de Fora

Marcos Moura/Arquivo Pessoal

Com a retomada das aulas presenciais obrigatórias, muitos pais e responsáveis ficam com dúvidas sobre os riscos. A reportagem conversou com o infectologista Marcos Moura, que falou sobre as chances de transmissão em crianças não vacinadas e quais os riscos em não vacinar os filhos, sendo que agora eles estarão em contato direto com outros colegas.

De acordo com o especialista, a orientação, tanto nas escolas como em casa, são importantes. Distanciamento social, uso de máscara obrigatório e higienização das mãos constantemente seguem sendo as principais recomendações apontadas pelo médico.

"Os pais têm que estimular o uso de máscaras e buscar o modelo mais adaptável para que a criança se sinta confortável e não queira tirar. Além disso, o ideal é colocar na mochila máscaras reservas para que sejam trocadas a cada 2 horas, um recipiente com álcool em gel e uma garrafa de água própria. Nesse momento, a escola ainda não é um local para confraternização, e todos devem respeitar as medidas necessárias para evitar contaminação", afirmou Moura.

Sobre bebês e crianças de 0 a 4 anos que ainda não foram vacinadas, visto que ainda não foram incluídas no Plano Nacional de Imunização (PNI), o infectologista ressaltou que os cuidados devem ser redobrados.

"As escolas devem manter os protocolos e cuidar para que seja mantido o distanciamento. Divisão de turmas, ventilação nas salas, valorização de atividades ao ar livre e a manutenção do monitoramento são essenciais. Pais também devem ficar atentos aos sintomas gripais. Se a criança apresentar febre, coriza ou outro sintoma, o ideal é que não frequente o ambiente escolar e seja testada. Dessa forma, é possível agir rapidamente diante de um potencial risco de contaminação e, assim, evitar um surto. Lembrando que a variante ômicron tem um alto nível de transmissão", pontuou.

O médico ressaltou, também, a importância da vacinação em crianças e adolescentes que já podem se vacinar. Marcos Moura ressaltou que o foco dos imunizantes é eliminar os quadros graves da doença e não a contaminação.

"Em tese, crianças não vacinadas têm mais chances de desenvolver formas graves da Covid-19. Nesse momento estamos com alto grau de contaminação devido à variante ômicron e tanto os vacinados como os não vacinados podem transmitir o vírus, apesar de mais frequente nas pessoas não vacinadas. Então acaba sendo um risco para a própria criança como para algum familiar ou pessoa vulnerável. Ressalto, também, que mesmo na forma branda, a doença pode descompensar doenças bases, podendo levar a uma internação indesejável", explicou o infectologista.

No caso de pais que tenham dúvida sobre vacinar ou não os filhos, o médico pontuou que "apesar de hoje muitos estarem questionando a eficácia dos imunizantes, diante pandemia, deve-se pensar no coletivo e não individualmente".

"Claro que tem crianças e adultos que necessitam de uma recomendação médica. Em caso de dúvidas, o ideal é procurar um especialista para melhor orientação. Todos os imunizantes demonstram uma grande eficácia e muito pouco efeito colateral, por isso, respeitar o calendário de imunização e todos se vacinarem para que a gente consiga vencer a pandemia é o melhor caminho", ressaltou o infectologista.

Por fim, o médico ressaltou que se o retorno presencial acontecer de maneira adequada, haverá uma soma de benefícios para as crianças, como aprendizado, sociabilidade e desenvolvimento.

Importância da vacinação contra a Covid-19

Os casos de morte ou de sequelas graves causadas pela Covid-19 em crianças justificam a necessidade da vacinação infantil no Brasil, apontou o Instituto Butantan.

Uma nota técnica emitida pelo Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass) apontou mais de 1.400 mortes pela doença em crianças de 0 a 11 anos e e mais de 2.400 casos da Síndrome Inflamatória Multissistêmica Pediátrica (SIM-P) associada à Covid-19, conjunto de sintomas graves que podem levar à morte, desde o início da pandemia, segundo o Ministério da Saúde.

Em Juiz de Fora, foram 5 óbitos em crianças de 0 a 5 meses de vida e 1 óbito de uma adolescente de 16 anos desde o início da pandemia. A informação consta no detalhamento de óbitos disponível no portal da Prefeitura.

Especialistas alertam que apesar de não frear o contágio, a imunização pode combater formas graves da doença.

No município, a vacinação infantil foi iniciada no dia 20 de janeiro, em crianças de 5 a 11 anos com comorbidades e para pessoas com 11 anos. Mais de 10.900 já foram imunizadas desde o início da campanha.

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Rede municipal

Na última terça-feira (1º), a Prefeitura de Juiz de Fora divulgou alterações dos protocolos sanitários necessários para o início do ano letivo nas escolas e creches municipais.

De acordo com o Executivo, o protocolo sanitário passará por adequações para atender melhor ao momento atual da pandemia da Covid-19.

Entre as mudanças estão:

retorno presencial obrigatório, com exceção de casos específicos com liberação médica;

necessidade de distanciamento apenas em refeitórios e locais onde seja necessário a retirada da máscara;

vacinação para alunos entre 5 e 17 anos;

afastamento de uma turma por 5 dias caso 30% dos alunos estejam confirmados com Covid-19.

Além disso, o monitoramento de casos de Covid-19 passará a ser feito de forma quantitativa, diferente do modelo anterior para dar mais efetividade ao de análise de casos.

Ainda segundo a Prefeitura, o início do ano letivo ocorrerá mediante avanço na vacinação das crianças de 5 a 11 anos e com mais de 83% da população vacinada com a 2ª dose.

"As próprias crianças que retornaram presencialmente a partir de setembro já foram construindo esses hábitos de higiene, de uso de máscaras e a gente percebeu isso, que as crianças trabalham muito bem com os protocolos", ressaltou a secretária municipal de Educação, Nádia Ribas.

Rede estadual

A Secretaria de Estado de Educação (SEE-MG) informou que a rede estadual de ensino seguirá as orientações do Protocolo Sanitário de Retorno às Atividades Escolares Presenciais, reformulado pela Secretaria de Estado de Saúde (SES-MG) para o o ano letivo de 2022.

Entre as medidas sanitárias citadas no documento está o uso universal e correto de máscaras cobrindo boca e nariz, lavagem frequente das mãos, entre outros.

O novo protocolo também revogou o escalonamento na entrada e na saída dos alunos. No entanto, manteve a recomendação de controle do fluxo para evitar aglomerações nos momentos de troca de turnos.

No que diz respeito à suspensão de aulas com base em mais de um caso suspeito ou confirmado de Covid-19, o documento orienta que, "nas turmas que forem constatados mais de 30% de alunos confirmados laboratorialmente para Covid-19, os estudantes pertencentes à turma ficarão afastados do ambiente escolar por cinco dias corridos contados do último resultado". O mesmo se aplica aos professores exclusivos da turma afastada.

"As investigações de surtos caberão às secretarias municipais de Saúde, que contarão com o apoio do Centro de Informações Estratégicas em Vigilância em Saúde", ressaltou a SEE-MG.

Estudantes que apresentarem resultado positivo para Covid-19; que apresentarem sintomas característicos de síndromes respiratórias; ou que tiverem contato próximo com pessoa que testou positivo não deverão comparecer ao ambiente escolar, devendo procurar atendimento médico, bem como comunicar a escola.

No caso de professor em licença por Covid-19 confirmada, que apresentar sintomas característicos de síndromes respiratórias ou porque teve contato próximo com pessoa que testou positivo para a doença, a escola deverá definir e realizar estratégias pedagógicas e administrativas para que nenhuma turma ou estudante tenha prejuízo no processo de ensino-aprendizagem, podendo atribuir extensão de carga horária ou realizar convocação temporária de professor para atendimento às turmas.

Rede particular

A reportagem entrou em contato com o Sindicato das Escolas Particulares de Minas Gerais (Sinepe-MG), mas não houve retorno até a publicação desta matéria.

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Fonte: G1
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