Apesar de promessas governamentais de redução do desmatamento, a Amazônia Legal atingiu uma grave marca em janeiro deste ano, quando mais de 430 km² entraram em estado de alerta.
Os dados são do sistema Deter-B, atualizados e divulgados pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), nesta sexta-feira (11).
O registro representa a maior área em alerta de desmatamento para o mês desde 2016, no início da série histórica do sistema.
Em relação ao mesmo período em 2021, outro dado salta aos olhos: Houve crescimento de 419,3% nos alertas de devastação da região. Para se ter uma ideia, no ano passado foram registrados alertas numa área de 82,8 km².
Esses alertas de 2022 se concentram principalmente nos estados de Mato Grosso, Rondônia e Pará. O maior desmatamento foi registrado em Mato Grosso, com 146,52 km². Em Rondônia, foram 116,23 km². Na sequência, o Pará, teve 66,56 km²; Roraima, 46 km² e Amazonas, 44 km².
Esses registros são de áreas da Amazônia Legal atingidas pelo desmatamento com solo exposto, desmatamento com vegetação e também mineração.
O alarmante crescimento dos alertas de devastação da Amazônia pode representar mais um problema para os interesses brasileiros estabelecidos em acordos internacionais.
Como o portal O TEMPO registrou em novembro do ano passado, um dos principais entraves para as negociações entre o governo brasileiro e os países ricos na Conferência das Nações Unidas para Mudanças Climáticas, a COP26, foi justamente a preocupação desses países com os altos índices de desmatamento na Amazônia.
Dias após a conferência, que ocorreu em Glasgow, na Escócia, o ministro do Meio Ambiente, Joaquim Leite, admitiu que "nossa principal fragilidade é no desmatamento".
Entre outras medidas que países como os da União Europeia, China e Estados Unidos prometeram adotar para coibir o crime ambiental, está a interdição de importação de produtos derivados do desmatamento.
A política foi criticada por ministros do governo Bolsonaro, que a classificaram, de modo negativo, como "protecionismo ambiental".
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