Deputado federal Danilo Cabral (PSB) foi anunciado como pré-candidato do partido ao governo de Pernambuco O deputado federal Danilo Cabral (PSB) foi anunciado como pré-candidato do partido ao governo de Pernambuco.
A confirmação foi anunciada nesta sexta-feira (11) pelo presidente nacional da sigla, Carlos Siqueira, nas redes sociais.
Caberá a Danilo tentar manter a hegemonia do PSB em Pernambuco. A legenda está à frente do Palácio do Campo das Princesas desde 2007.
"O PSB tem seu pré-candidato ao governo de Pernambuco, o deputado federal Danilo Cabral. Nesta sexta, no Palácio Campo das Princesas, em Recife, me reuni com o atual governador Paulo Câmara, o prefeito da capital, João Campos, e o companheiro Danilo Cabral. Vamos adiante", escreveu Siqueira.
O deputado foi escolhido pelo PSB após o ex-prefeito do Recife Geraldo Julio, que era tido como nome natural, recusar reiteradamente a intenção de ser candidato.
Após deixar a prefeitura com reprovação na casa dos 60%, Geraldo assumiu a Secretaria de Desenvolvimento Econômico de Pernambuco, função que ainda ocupa. Nos bastidores, as motivações apontadas são o veto da família à candidatura e o desgaste por operações da Polícia Federal que miraram supostas irregularidades da Prefeitura no combate à covid, ainda que Geraldo não tenha sido alvo diretamente.
A oficialização de Danilo como pré-candidato ocorre uma semana após o senador Humberto Costa (PT) se retirar da disputa pelo governo do Estado.
O processo pela definição de Danilo como postulante foi finalizado após o governador Paulo Câmara fazer escutas de partidos aliados nos últimos 30 dias, com reuniões e debates sobre a sucessão estadual.
Com a escolha de Danilo, o deputado federal Tadeu Alencar (PSB) foi preterido outra vez, assim como aconteceu em 2014, quando o ex-governador Eduardo Campos optou por Paulo Câmara como candidato à sua sucessão. Apontado como preferido do governador inicialmente, o secretário da Casa Civil, José Neto, também ficou de fora.
Danilo Cabral tem vinculação histórica com o PSB e é filiado ao partido há 32 anos. Tem proximidade com o governador, pois, quando Cabral foi vereador no Recife entre 2005 e 2009, Câmara foi seu chefe de gabinete. Ambos são auditores concursados do Tribunal de Contas do Estado de Pernambuco (TCE-PE).
Como deputado federal, Danilo Cabral votou a favor do impeachment de Dilma Rousseff em 2016, contra a PEC do Teto de Gastos, contra a Reforma Trabalhista e a favor do pedido de abertura de processo para investigar Michel Temer (MDB). Além disso, posicionou-se de forma contrária à Reforma da Previdência, em 2019.
Pela sigla à qual é filiado desde 1995, foi eleito três vezes deputado federal e foi secretário de Educação e das Cidades nos governos de Eduardo Campos – era um dos mais próximos ao então governador – e de Planejamento em parte do primeiro mandato de Câmara. É filho do ex-deputado estadual Adalberto Farias Cabral.
O parlamentar foi um dos primeiros a defender o apoio oficial do PSB a Lula (PT), ainda em meados de 2021. Tem boa relação com o PT, inclusive foi secretário de Administração do Recife entre 2001 e 2003 na gestão de João Paulo, quando a sigla governou pela primeira vez a cidade.
Na eleição de outubro, Danilo poderá enfrentar dois ex-colegas de partido, os atuais prefeitos de Caruaru, Raquel Lyra (PSDB), e Miguel Coelho (DEM), que já foram do PSB recentemente. Além disso, o prefeito de Jaboatão dos Guararapes, Anderson Ferreira (PL), se colocou na disputa pelo governo de Pernambuco.
A oposição caminha para ter dois candidatos em Pernambuco. Miguel Coelho tenta atrair Raquel Lyra para ser sua candidata ao Senado, mas a tucana participa de eventos com frequência ao lado de Anderson Ferreira, colega de Bolsonaro no PL.
O próximo passo na construção do palanque governista em Pernambuco é a escolha dos candidatos a vice-governador e ao Senado.
A vaga mais disputada é a da Casa Alta do Legislativo. Já se colocaram como pré-candidatos entre os aliados do PSB os deputados federais André de Paula (PSD), Eduardo da Fonte (PP), Silvio Costa Filho (Republicanos) e Wolney Queiroz (PDT).
A vice-governadora Luciana Santos (PCdoB) também se colocou para a vaga do Senado, mas poderá ser candidata à reeleição ao atual cargo porque foi vice de Paulo Câmara apenas no segundo mandato dele.
Com a saída de Humberto Costa da disputa pelo governo, o PT já manifestou publicamente a intenção de disputar o Senado na aliança com o PSB.
A reivindicação faz parte da estratégia nacional do PT de tentar ampliar as bancadas na Câmara e no Senado para fortalecer a base aliada de um eventual governo Lula no Congresso Nacional.
No PT, três nomes são cotados para o Senado, caso o partido fique com a posição: os deputados federais Carlos Veras e Marília Arraes – preferida da direção nacional do partido – e a deputada estadual Teresa Leitão.