Segundo a população, as chuvas pioraram a situação. Em apenas 15 dias de fevereiro, Juiz de Fora já registou 330 milímetros de chuva, o dobro do esperado para todo o mês. Moradores do Distrito de Torrões cobram ações da Prefeitura para melhoria na estrada
Reprodução/TV Integração
Localizado no Distrito de Torrões, em Juiz de Fora, moradores do Bairro Lagoa reclamam da situação da estrada principal que liga a BR-040 ao local. Segundo eles, com as chuvas, a estrada piorou e diversos buracos apareceram, o que dificulta o deslocamento da população.
Em nota enviada à TV Integração, a Prefeitura informou que nos meses de julho e agosto do ano passado foram feitas melhorias na estrada, no entanto, é necessário passar o período chuvoso para que novos serviços possam ser executados.
Condição precária
"Muito buraco. Infelizmente a estrada está acabando e a gente já está com esse problema há muitos anos já. De vez em quando a Prefeitura vem, dá uma disfarçada, mas a primeira chuva que dá piora a situação", afirmou o motorista Humberto Maximiliano.
De acordo com os moradores, o local está há pelo menos 5 anos sem receber um trabalho significativo, apenas manutenções.
Com as últimas chuvas, as condições da estrara pioraram ainda mais. De acordo com a técnica de enfermagem Eliane Terezinha da Silva, no início desta semana o ônibus que vai até o local - linha 542 e 519 não conseguiu realizar o trajeto devido à má condição da estrada.
"O ônibus lagoa e Torreões ele deixa de atender toda a região da lagoa e os moradores da fazendinha porque ele quebra devido a essa buracada que tem na estrada. Infelizmente a gente não tem condições de acesso aqui na região", afirmou a trabalhadora.
Condição de estrada de Torrões em Juiz de Fora prejudica trabalhadores
Reprodução/TV Integração
O motorista do transporte escolar Paulo Sérgio Vieira comentou sobre os desafios de dirigir no local e os riscos de acidentes.
"Com criança dentro a responsabilidade é toda da gente então fica muito complicado", completou.
Impacto na produção
Devido à má condição, produtores relataram que ficam sem ter como escoar a produção, principalmente a de leite.
"Hoje eu tenho que transportar os meus produtos na moto porque o carro já está todo quebrado e não tem condição de eu fazer e o caminhão hoje em dia de leite está difícil frequentar a nossa região devido a quantidade de buraco", explicou o produtor rural Márcio Luiz Batista.
Protesto
Nesta semana, os moradores se reuniram para fazerem um protesto. Com faixas e cartazes eles reclamavam da falta de manutenção e assistência da Prefeitura e reforçaram os prejuízos que eles estão tendo como a perda da produção.
A Prefeitura informou que nos meses de julho e agosto do ano passado foram feitas melhorias na estrada, no entanto, é necessário passar o período chuvoso para que novos serviços possam ser executados.
Má condição de estrada em distrito de Juiz de Fora prejudica trabalhadores
Chuvas intensas
Em apenas 15 dias de fevereiro, Juiz de Fora já registou 330 milímetros de chuva, segundo a Defesa Civil. O valor supera a estimativa de 165 milímetros esperados para todo o mês, de acordo com a média histórica medida pelo Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet).
Desde o início do ano, a cidade somou um acumulado de quase 700 milímetros de chuva. O período chuvoso já causou vários estragos na cidade: imóveis precisaram ser interditados, ruas ficaram alagadas e córregos transbordaram.
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Conforme a Defesa Civil, o volume elevado de chuva em um curto período de tempo, como aconteceu nos 15 primeiros dias de fevereiro, contribui para a manutenção da saturação do solo, aumentando a instabilidade de encostas e a possibilidade de queda de blocos.
Do dia 1º de janeiro ao dia 15 de fevereiro deste ano, foram atendidas 786 ocorrências. A maior parte dessas notificações são relacionadas a deslizamentos de solo e a região mais afetada foi a leste, com 277 ocorrências.
Chuvas em Juiz de Fora 2022
Chuva deixa moradores do Bairro Industrial ilhados em Juiz de Fora nesta terça-feira (15)
Bruno Ribeiro/g1
Na última terça-feira (15), o Bairro Industrial amanheceu com várias ruas alagadas. Na esquina das ruas Santo Antônio e Barão de Cataguases, região central, a água subiu e invadiu as calçadas. Também no Centro, a Avenida dos Andradas ficou totalmente alagada. A Rua Américo Lobo também ficou completamente inundada. Motoristas tentaram desviar da água para conseguir sair do local.
Segundo a Defesa Civil, cerca de 17 ocorrências foram registradas durante o temporal. A região com mais ocorrências registradas foi a Leste, com 9 chamados, seguida pela Nordeste, com 4. O tipo de ocorrência mais registrado foi escorregamento de talude.
Também neste mês, moradores do Bairro Vitorino Braga voltaram a sofrer com o grande volume de água. Três imóveis com risco de colapsar na Rua Rosa Sffeir precisaram ser demolidos.
A medida foi tomada em caráter emergencial pela Prefeitura, já que a instabilidade das edificações colocava em perigo a vizinhança e a estrutura das casas localizadas na via debaixo, a Rua Vitorino Braga, que precisou ser parcialmente interditada.
Demolição das residências em risco no Bairro Vitorino Braga em Juiz de Fora
Prefeitura de Juiz de Fora/Divulgação
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Em janeiro, também foram registrados escorregamento de talude, ameaça de desabamento, quedas de árvores, trincas em paredes e muros por causa das chuvas que caíram na cidade.
Parte de casa desaba no Bairro Bonfim em Juiz de Fora
Gabriel Landim/TV Integração
Além disso, o rio Paraíbuna registrou a maior cheia dos últimos 20 anos. No dia 10 do mês passado, o nível de água chegou a 3,98 m; O nível normal, segundo a Defesa Civil é de 1,40 metros; o limite máximo que o rio suporta para não trasborda é de 4,35 m.
Diante disso, a Prefeitura declarou situação de emergência em consequência aos estragos causados no município pelas chuvas.
Nível do Rio Paraibuna em Juiz de Fora
Otávio Botti/G1
Defesa Civil alerta
O subsecretário de Proteção e Defesa Civil, Luís Fernando Martins, destacou que o trabalho de prevenção, realizado sob coordenação da Secretaria de Governo (SG), foi essencial para mitigar riscos no município.
Luís Fernando ressaltou, ainda, que as pessoas residentes em áreas de risco geológico precisam ficar atentar aos sinais, como:
surgimento de trincas e fissuras;
verificar se solos e terrenos que apresentam alguma dilatação ou deformação;
observar se dentro das residências há portas e janelas que começam a emperrar, pois são indícios de movimentação do solo que ocorrem de forma gradual.
"Caso observem esses sinais, é necessário entrar em contato com a Defesa Civil através do 199", reforçou.
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