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Ciência e Saúde

Doria homenageia paulistano de 5 anos que descobriu asteroides em projeto da Nasa


Miro Latansio Tsai identificou 15 corpos celestes que poderiam colidir com Terra em um projeto da agência espacial americana. Miro e o governador João Doria no Museu Catavento nesta sexta.

Reprodução/ Twitter

O governador de São Paulo, João Doria (PSDB), homenageou nesta sexta-feira (18) Miro Latansio Tsai, o paulistano de 5 anos que descobriu 15 asteroides em um projeto da Nasa, a agência espacial americana.

Durante visita ao Museu Catavento, Doria entregou uma placa e o presenteou com um telescópio.

"Estou no Museu Catavento com o Miro Latansio de apenas 5 anos. Ele é a pessoa mais jovem no mundo a descobrir asteroides. E foi reconhecido pela Nasa. É para incentivar talentos como Miro que o Governo de SP aumentou 52% investimentos em ciência de 2018 para 2022", disse o governador.

Miro Latansio Tsai e o governador João Doria.

Divulgação/Governo de SP

Miro Latansio Tsai se tornou a pessoa mais jovem do mundo a realizar a descoberta de asteroides em um projeto em parceria com a Nasa que tem por objetivo mapear constantemente o céu em busca de objetos próximos que possam apresentar risco de colisão com a Terra (saiba mais abaixo).

Desde bem pequeno, Miro Latansio Tsai preferia os museus aos parquinhos. Ao visitar o Museu Catavento quando era mais novo, ele foi citando os nomes de todos os planetas do Sistema Solar, de acordo com a mãe, a advogada Carla Latansio, de 40 anos.

“Apesar de ser um bebê de 2 anos, ele ficou alucinado! O passeio preferido dele sempre foi ir a museu. Ele não queria ir para o parquinho, sempre queria ir ao museu. Miro não tinha livro de astronomia nessa época ainda, e chegou lá mostrando todos os planetas por nome. Eu acho que ele viu na TV, porque ele vê muitos documentários”, conta.

Mas esse não foi o primeiro feito de Miro, que aos 5 anos é fluente em inglês e está aprendendo mandarim com o pai, o administrador chinês Jack Tsai, de 45 anos. Carla também conta que Miro começou a ler durante a pandemia, aos 3 anos. Com um ano e meio falava frases completas, como “Eu quero ir embora”, e deu os primeiros passos aos 9 meses, de acordo com a mãe.

“Ele não é desenvolvido só na parte da fala, mas em toda a parte cognitiva. Ele tem um raciocínio muito avançado para a idade. Miro sempre teve interesse muito grande por ciência e tecnologia, sempre foi curioso e queria entender como as coisas aconteciam.”

Miro aparece em uma publicação do Instagram oficial da Nasa, a agência espacial americana

Reprodução/Instagram

A fase dos "porquês" começou aos 2 anos. Antes de se interessar pelo espaço, Miro já escolhia livros como “Atlas do Corpo Humano” e “Atlas Geográfico”, segundo Carla.

"Ele fazia perguntas como "por que o sol é quente e a lua não?" Perguntava tudo, ficava horas analisando um formigueiro, um sapinho, sempre foi muito investigativo. Na livraria eu mostrava livros infantis e ele não queria, ia direto nos atlas. Ele decorou como funciona o sistema digestivo e dava uma aula para a gente, os pais.”

Miro posa com os certificados internacionais que já recebeu aos 5 anos

Arquivo Pessoal/Divulgação

Parceria com a Nasa

O projeto em que Miro identificou 15 asteroides é o Caça-Asteroides 2021, realizado pelo International Astronomical Search Collaboration (IASC – Programa de Colaboração de Pesquisa Astronômica Internacional, em tradução livre), em parceria com a Nasa e o Panoramic Survey Telescope and Rapid Response System (Pan-STARRS).

O objetivo é mapear constantemente o céu em busca de objetos próximos que possam apresentar risco de colisão com a Terra.

No Brasil, o projeto acontece por intermédio do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI).

Os relatorios sa?o revisados e validados pelo IASC e enta?o submetidos ao Minor Planet Center (MPC) em Harvard. O MPC e reconhecido pela International Astromonical Union, em Paris, como o repositorio oficial mundial de dados sobre asteroides.

Miro tem asteroides provisórios e preliminares. Os preliminares são a confirmação de que o que ele identificou é mesmo um asteroide, porém a autoria da descoberta só se dá oficialmente quando termina o processo de análise.

Miro posa com a imagem de uma galáxia em sua casa, na Zona Sul da capital paulista

Arquivo Pessoal/Divulgação

Assim, apesar de ele ter realmente visto um asteroide novo, ele ainda não teve a autoria confirmada. Os preliminares são prováveis asteroides que já passaram pelo crivo de Harvard e do IASC e foram cadastrados no site internacional de observações MPC.

Com o tempo, se essas detecções forem confirmadas por observações adicionais feitas por grandes pesquisas do céu (por exemplo, Pan-STARRS, Catalina Sky Survey), elas podem se tornar descobertas que são numeradas pela União Astronômica Internacional.

Esse processo, desde a primeira detecção até o status de descoberta, leva de 6 a 8 anos. Uma vez numerados, os descobridores podem propor nomes à IAU.

No vídeo abaixo, Miro ensina a localizar asteroides:

Brasileiro de 5 anos é o mais jovem do mundo a descobrir asteroide

Clubinho do Miro

Além do Caça-Asteroides, Miro participa de vários outros projetos em parceria com a Nasa ou diretamente com a agência espacial americana, como é o caso do “Globe”, que faz monitoramento do clima planetário. O menino já foi inclusive homenageado nas redes sociais da agência (veja foto acima).

Agora que já conquistou o feito de identificar os asteroides, Miro está ensinando os interessados a aprender a fazer o mesmo. Carla criou o “Clubinho do Miro”, onde divulga vídeos do filho dando aulas sobre o assunto. “Ele adora ensinar”, conta Carla.

E como nem o céu é o limite para o pequeno Miro, ele também já sabe o que quer ser quando crescer. Além de piloto de monster truck, um tipo de caminhonete gigante, feita para competições, Miro quer, nas palavras do próprio, “salvar o planeta para defender as pessoas”. Identificar asteroides que podem colidir com a Terra foi o primeiro passo do menino de 5 anos que em todo aniversário pede que o tema seja Superman.

Miro na exposição oficial da NASA em shopping de São Paulo, a primeira fora dos Estados Unidos. Trouxeram as roupas originais do Neil Armstrong suja com poeira da lua, e o painel original todo de Houston do programa Apollo 11 que chegou a lua.

Arquivo Pessoal/Divulgação

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