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Escolas públicas de Viçosa receberão projeto sobre a princesa Leopoldina, 1ª a incentivar a ciência no Brasil

Por Redação

20/02/2022 às 17:39:40 - Atualizado há
'SBPC Vai à Escola' lançou edital e a UFV foi uma das selecionadas em Minas para participar da iniciativa que apoia a divulgação da ciência e estimula a aquisição de conhecimento científico e criatividade junto a crianças, adolescentes e jovens. Maria Leopoldina

Reprodução/Globo

Na data em que foi comemorado o Dia Internacional de Mulheres e Meninas na Ciência, em 11 de fevereiro, a Universidade Federal de Viçosa (UFV) divulgou um projeto que foi aprovado no edital da "SBPC Vai à Escola", da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC).

Segundo a pesquisadora e técnica do Museu de Entomologia da universidade, Verônica Saraiva Fialho, o professor do Departamento de Entomologia e curador do Museu, Frederico Falcão Salles, e a professora da rede de ensino estadual de Viçosa Marina Magalhães Moreira, a importância histórica de Maria Leopoldina, arquiduquesa da Áustria, esposa de Dom Pedro I e a primeira imperatriz do Brasil e do Novo Mundo, será resgatada.

A ideia é trazer à tona a memória e a importância de uma jovem princesa do Brasil que, no século XIX, contribuiu muito para o conhecimento da biodiversidade brasileira e ajudou a fazer a independência do país.

Conforme divulgado pela UFV , será contado o fato de a princesa desde muito jovem ter tido especial interesse pelas ciências naturais, especialmente pela geologia e pela botânica. Em 1817, ela apoiou a expedição histórica que levou zoólogos, botânicos e pintores às províncias de São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais. Pelo Rio São Francisco, atravessaram o Nordeste até chegar à Floresta Amazônica.

O tamanho e variedade do material recolhido possibilitou a publicação de Flora Brasiliensis, obra editada entre 1840 e 1906, onde são descritas e catalogadas mais de 20 mil espécies de vegetais mais de cinco mil pela primeira vez.

Segundo os idealizadores do projeto, a boa educação, visão progressista e interesse pela política também fizeram com que Maria Leopoldina fosse considerada, por muitos historiadores, como a principal articuladora do processo de Independência do Brasil, ocorrido entre 1821 e 1822.

“Achamos que a princesa Leopoldina pode inspirar muitas meninas a considerar a importância de se educar, de desenvolver uma visão crítica, de se conscientizar politicamente e fazer parte de postos de tomadas de decisão”, comentou Verônica Fialho.

Ela lembrou ainda que, como aconteceu a muitas mulheres, a princesa teve sua história apagada ou reduzida à condição de esposa pelos historiadores da época.

“O fato de ser uma pessoa culta e esclarecida deu a ela muitas ferramentas para atuar em prol das riquezas naturais e da defesa do Brasil na época do Império”, disse a pesquisadora.

Projeto

O edital da SBPC apoia projetos de divulgação da ciência e de estímulo à aquisição de conhecimento científico e da criatividade junto a crianças, adolescentes e jovens. Neste ano, as atividades propostas deveriam estar relacionadas ao bicentenário da Independência do Brasil.

O projeto aprovado irá acontecer durante todo este ano. O edital do Programa SBPC Vai à Escola recebeu 94 inscrições. Apenas 34 foram contemplados com financiamento. Em Minas Gerais foram apenas dois, dentre eles o da UFV.

Escolas em Viçosa

Usando a expedição científica e a história do protagonismo de Maria Leopoldina como fio condutor, os pesquisadores escolheram duas escolas estaduais de Viçosa para mostrar aos alunos parte da riqueza da biodiversidade do Brasil.

“A ideia é compartilhar a história da nossa inspiradora princesa e usar insetos para conversar sobre a importância da educação e da ciência, praticar o método científico e discutir questões de gênero e participação política. As atividades lúdicas serão construídas junto aos alunos, de acordo com os seus maiores interesses e necessidades”, afirmou Verônica Fialho.

Além dessas atividades, o grupo irá simular uma expedição científica nas matas da região de Viçosa para falar sobre fauna, flora e a arte envolvida na catalogação de plantas e animais.

“Desta vez, serão os alunos que irão registrar as impressões sobre o que virem em desenhos, fotos e vídeos”, explicou ela.

O projeto prevê, ainda, envolver toda a comunidade escolar em feiras de ciências naturais e humanas. “Queremos falar sobre a perda da diversidade, gênero e outros tantos temas que podemos relacionar à história da nossa protagonista”.

Sobre a data

O Dia Internacional de Mulheres e Meninas na Ciência, comemorado em 11 de fevereiro, foi instituído em 2015 pela Assembleia das Nações Unidas. Sob a liderança da Unesco e da ONU Mulheres, o evento acontece em diversos países, com atividades que visam dar visibilidade ao papel e às contribuições fundamentais das mulheres nas áreas de pesquisa científica e tecnológica.

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Fonte: G1
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