Trens foram cancelados e atletas permanecem em Lviv enquanto aguardam nova indicação da embaixada para deixarem a Ucrânia. Agentes externos tentam auxiliar em plano de resgate a partir da saída do solo ucraniano. O jogador Guilherme Smith, de Juiz de Fora, lamenta por não ter conseguido deixar a Ucrânia
Reprodução/Instagram
Os jogadores Guilherme Smith, natural de Juiz de Fora, Leovigildo Junior Reis Rodrigues, conhecido como Juninho, de Cataguases (MG), e Cristian Fagundes, do Rio Grande do Sul, ainda não conseguiram deixar a Ucrânia. Os atletas estão em Lviv, onde aguardam uma nova indicação da embaixada para deixarem o país.
Na manhã desta segunda-feira (28), o g1 noticiou que o grupo iria tentar deixar o país novamente, mas os trens foram cancelados e eles tiveram que voltar para o hotel onde estão hospedados. A esposa e o filho de Juninho, Vitória e Benjamin, também estão junto.
"Tivemos que voltar para o hotel, cancelaram nosso trem. Nada dá certo, ora mais aqui pra gente, porque tá complicado. Nada dá certo, não sei o que está acontecendo. Não sei o que a gente faz mais", desabafou o jogador juiz-forano.
Jogador de Juiz de Fora que está na Ucrânia se diz frustrado
Tentativas frustradas
Da esquerda para a direita: Juninho, Vitória e o filho Benjamim, Cristian Fagundes e Guilherme Smith
Reprodução/Redes Sociais
Conforme noticiado na sexta-feira (25), os jogadores saíram de Zaporizhzhya, onde moravam, rumo a Lviv, maior município do oeste ucraniano, de trem. De lá, eles seguiram a pé por aproximadamente 60 km em direção à Polônia, mas foram barrados pela polícia a 4 km de chegarem à fronteira. O grupo conseguiu pegar um ônibus e retornar para Lviv, onde foram instalados em um hotel com auxílio da Embaixada do Brasil na Ucrânia.
Nesta segunda, eles se preparavam para tentar deixar o país mais uma vez, mas a nova tentativa foi frustrada devido ao cancelamento dos trens. A 1ª linha que levaria os brasileiros para a Polônia estava marcada para sair por volta das 16h, mas foi cancelada. A linha que sairia às 19h no horário local também foi cancelado e eles voltaram para o hotel em Lviv, onde permanecem.
Força-tarefa
Na Polônia, a brasileira Camila Kopec, que mora na cidade de Wroc?aw atua em uma força-tarefa montada por brasileiros espalhados pelo país para resgate de pessoas na Ucrânia.
"Hoje é mais um dia que eles tentaram e de novo não conseguiram. Amigos nossos brasileiros espalhados por toda a Polônia já conseguiram receber alguns brasileiros, mas a realidade da Ucrânia é muito dura, uma situação inimaginável pra gente que é brasileiro", explicou.
De acordo com Camila, a expectativa é que cerca de 1 milhão de pessoas se refugiem na Polônia. Sobre o cruzamento entre as fronteiras, a brasileira explicou que a fila aumenta cada vez mais.
"Hoje nós tivemos informação de pessoas que passaram e que esperaram 3 ou 4 dias na fila para conseguir entrar e aí é muito triste, a frustração é muito grande e já está a noite, escuro e frio. Hoje é um dia de muita tristeza por saber que a Vitória, o Guilherme, o filhinho dela mais um dia não conseguiram. Eu nem consigo pensar o que tá passando na cabeça deles”, relatou Camila.
No entanto, Camila ressaltou que "somos brasileiros e não desistimos nunca".
“A gente tá tentando qualquer portinha, qualquer mínima possibilidade, compartilhando informações, confirmando cada uma delas para saber se é seguro e estamos tentando fazer com que eles não se sintam sozinhos lá. É importante eles saberem que tem muita gente se mobilizando para ajudar, que a gente não vai desistir deles nem de nenhum outro que precisar. Fé e esperança porque alguma dessas tentativas tem e vai dar certo”, concluiu.
Em nota, a Comissão de Direito Internacional da OAB de Juiz de Fora, através da Presidente Paula Infante e da Vice-presidente Priscila Faragó informou que também estão agindo e fazendo o possível para ajudar o grupo.
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