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Zona Norte terá Casa de Passagem Permanente para acolher população em situação de rua em Juiz de Fora

Por Redação

04/03/2022 às 17:07:38 - Atualizado há
No local são oferecidos acolhimento para repouso noturno, alimentação, higiene pessoal, atendimento social, entre outras ações. Cidade segue sem estudo da população em situação de rua desde 2016 Imagem ilustrativa mostra Casa de Passagem em Juiz de Fora

Gil Velloso/Divulgação

A Prefeitura lançou na quinta-feira (3) o edital de chamamento público para a seleção de propostas de Organizações da Sociedade Civil (OSC) para abertura de Casa de Passagem Permanente, no Bairro Benfica, em Juiz de Fora. O local vai oferecer acolhimento à população em situação de rua na Zona Norte.

O edital tem o objetivo de celebrar parcerias em regime de mútua cooperação para execução do serviço de acolhimento institucional para adultos, na modalidade Casa de Passagem. Cidade ainda não tem um estudo recente para entender as necessidades desta fatia da sociedade.

De acordo com o Executivo, a Casa de Passagem Benfica, que foi criada temporariamente para situação emergencial vai tornar-se um equipamento socioassistencial permanente.

São oferecidos na Casa de Passagem acolhimento para repouso noturno, alimentação, higiene pessoal, atendimento social, entre outras ações, com funcionamento das 19h às 8h, com capacidade para 30 pessoas.

Conforme a Prefeitura, a região é a segunda em número de habitantes com moradores de renda mediana e uma concentração considerável de famílias que vivem em situação de pobreza e ou extrema pobreza.

Por isso, segundo a secretária de Assistência Social, Malu Salim, a Prefeitura definiu a prioridade de instalar de forma permanente o Serviço de Acolhimento para pessoas adultas em situação de rua com capacidade de atender 30 pessoas todas as noites.

“O objetivo da casa de passagem é garantir a proteção integral dos usuários, contribuindo para restaurar e preservar a integridade, autonomia e protagonismo da população em situação de rua, podendo contribuir com o processo de saída das ruas”.

Socióloga diz que estudo é fundamental

Para socióloga Tammy Claret, o diagnóstico recente é fundamental para se conhecer a realidade de quem vive nas ruas.

"Com o passar dos anos, se muda o cenário econômico, político e as políticas públicas, em especial as de assistência social, que é que a acolhe a população em situação de rua. Sendo assim um ponto a se destacar é, o público que estava nas ruas no último estudo, é o mesmo de hoje em dia? Essa pergunta é fundamental para nos ajudar a responder e dar elementos para estudar políticas públicas que consigam de fato promover uma inclusão deste cidadão. Precisamos partir do pressuposto que quem vive nas ruas, já tem os seus laços rompidos, seja social ou familiar", avaliou.

Entenda

Como divulgado pela equipe do g1, ao andar pelas ruas de Juiz de Fora é possível notar várias pessoas em situação de rua. Na região central, por exemplo, a reportagem flagrou alguns, até mesmo com barracas, na escadaria do Cine Theatro Central.

A Prefeitura de Juiz de Fora não tem um estudo recente desta fatia da população. O último foi realizado em 2016, quando o levantamento apontou cerca de 600 pessoas nessa condição.

Morador em situação de rua na escadaria do Cine Theatro Central em juiz de Fora

Petterson Marciano/g1

Em janeiro, a Prefeitura inaugurou a Casa de Passagem Emergencial para atender a população em situação de rua e as vítimas das chuvas em Juiz de Fora. A casa fica na Avenida Francisco Bernardino e tem a possibilidade de atender cerca de 50 pessoas diariamente, das 19h às 8h.

O espaço físico possibilita condições de repouso, guarda de pertences, banho, alimentação e higiene pessoal, vestuário, atividades coletivas, como reuniões e ou rodas de conversas. Para a execução das ações relativas à Casa de Passagem Emergencial, a Unidade Executora deve ter uma equipe básica de 11 profissionais entre cuidadores e/ou educadores sociais, coordenador e pessoal de limpeza.

Casa de passagem emergencial é inaugurada em Juiz de Fora

Larissa Zimmermann/g1

Segundo a Prefeitura, o espaço atende ambos os públicos, masculino e feminino, com atenção especializada, quando necessária, por meio da rede de serviços e alimentação, jantar e café da manhã.

Direitos Humanos cobrou o Executivo em 2020

O Centro de Referência em Direitos Humanos de Juiz de Fora protocolou um documento para a então Secretaria Municipal de Desenvolvimento Social (SDS) em 2020 sobre falta de atendimento à população em situação de rua durante o período de pandemia do novo coronavírus.

De acordo com o Centro de Referência, a estimativa é que a cidade tenha cerca de 1.000 pessoas em situação de rua e que 80% desta população não esteja conseguindo receber três refeições ao dia, nem local para pernoite e banho. Para atender a demanda, a SDS abriu mais uma casa de acolhimento, a Casa CEM, no Centro de Juiz de Fora, que tem capacidade para 50 pessoas.

À época, entre as medidas adotadas pelo Executivo, a SDS pontuou que todos os serviços voltados para as pessoas em situação de rua estão funcionando, alguns até com ampliação de horário.

"Houve também abertura de dois acolhimentos emergenciais. Todos estes locais precisam de regras de funcionamento, assim como todos os espaços de grande circulação de pessoas. Há situações em que é inevitável que o usuário seja, temporariamente, afastado do serviço de pernoite para que não exponha aos demais usuários a situação de risco", explicou a pasta em nota.

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Serviços oferecidos pela Prefeitura à população de rua

O Centro Pop, e as casas de acolhimento são utilizados como referência de endereço para as pessoas em situação de rua.

Serviços de acolhimento ininterrupto – 24h, são servidas quatro refeições, diariamente, trabalho social, contato com familiares a pedido do residente, autonomia para sair e voltar até o horário definido.

Acolhimento para repouso noturno, atendimento social, higiene pessoal, lavagem de roupas, inclusão no CadUnico, providências de documentação, encaminhamentos para tratamento de saúde, encaminhamento para serviços de acolhimento, atividades esportivas, oficinas artesanais rodas de conversa, alimentação, acesso à internet, entre outras.

Acolhimento com tempo de permanência discutido com o usuário, em virtude de tratamento de saúde física e mental, dependência química, deficiência, trabalho formal ou informal.

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Fonte: G1
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