O governo federal lançou, nesta sexta-feira (11), o Plano Nacional de Fertilizantes (PNF), em cerimônia no Palácio do Planalto, em Brasília.
Além do presidente da República, Jair Bolsonaro (PL), participaram da solenidade os ministros Bento Albuquerque (Minas e Energia); Tereza Cristina (Agricultura), Paulo Guedes (Economia), Ciro Nogueira (Casa Civil) e Bruno Bianco (Advocacia-Geral da União).
O Plano Nacional de Fertilizantes (PNF) tem o objetivo de planejar o setor de produção de fertilizantes, buscando reduzir a dependência do Brasil em relação aos fertilizantes importados e, consequentemente, às vulnerabilidades decorrentes, entre elas a guerra.
A política era discutida pelo governo federal, mas acelerou o ritmo de implementação diante dos agravos no abastecimento de potássio, um dos insumos fundamentais dos fertilizantes, causados pela guerra entre Rússia e Ucrânia.
O conflito no Leste Europeu expôs a dependência brasileira por adubos importados. Dos 40,6 milhões de toneladas de fertilizantes consumidos pela agricultura nacional, 85% vêm de fora, especialmente da Rússia.
Itamaraty determinou a 'diplomacia dos fertilizantes'
Uma das estratégias que já fazem parte do PNF é a chamada “diplomacia dos fertilizantes”. De acordo com pronunciamento do secretário de Assuntos Estratégicos da Presidência da República, Flávio Rocha, o chanceler brasileiro Carlos França (Relações Exteriores) determinou que todos os postos estrangeiros do Itamaraty, em países produtores de fertilizantes, negociem o aumento do abastecimento desse produto para o Brasil por meio de excedentes.
Rocha também mencionou que Tereza Cristina foi à Rússia, antes da comitiva de Bolsonaro, para tratar dessa negociação, além de ter ido também ao Irã e está com viagem marcada para o Canadá nos próximos dias.
A viagem da ministra vai ocorrer no período de 12 a 15 de março, como informa o Diário Oficial da União (DOU) da terça-feira (8).
Em seu discurso, a ministra destacou que recebeu no ministério, na quinta-feira (10), um grupo de embaixadores dos países árabes, "que foram apresentar o potencial dos seus países para ajudar o Brasil neste momento de dificuldades de fertilizantes".
"Não estamos buscando a autossuficiência, mas sim a capacidade de superar desafios e manter nossa maior riqueza: o agronegócio brasileiro", discursou a ministra.
Segundo Tereza Cristina, a UFN 3 (Unidade de Fertilizantes Nitrogenados), em Três Lagoas (MS), vai entrar em produção daqui a dois anos. Como mostrou O TEMPO, a Petrobras vendeu em fevereiro essa fábrica de fertilizantes para uma empresa russa.
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