Vereadora do Psol foi morta em 14 de março de 2018 em ataque ao carro em que estava no Rio de Janeiro. Dois ex-policiais militares estão presos acusados de executarem as mortes A morte de Marielle Franco completa hoje quatro anos sem que se saiba quem mandou matar a vereadora de 38 anos, filiada ao Psol. A política foi assassinada a tiros em um atentado ao carro em que era transportada, na região central do Rio. O motorista de Marielle, Anderson Gomes, também morreu no ataque.
Homenagens marcam quatro anos dos assassinatos de Marielle e Anderson
O caso segue em investigação, pelo Grupo de Atuação Especial no Combate ao Crime Organizado (Gaeco), do MP-RJ, e pela Polícia Civil, mas os responsáveis pela apuração afirmam que não há um prazo para conclusão. Suspeita-se do envolvimento de milícias com o crime, mas nada foi comprovado.
Até agora, os investigadores não concluíram se o crime teve ou não motivação política. Também não descobriram o paradeiro da arma do crime, uma submetralhadora. Para essa última tarefa foram feitas buscas no mar, seguindo uma pista, mas nada foi encontrado.
Vereadora Marielle Franco, morta há quatro anos, no Rio
Márcia Foletto/Agência O Globo
Dois ex-policiais militares foram apontados como executores do assassinato de Marielle: Ronnie Lessa e Élcio de Queiroz. A dupla está presa há três anos e nega as acusações. O julgamento ainda não foi marcado. Segundo as autoridades, Lessa fez os disparos enquanto Queiroz dirigia o veículo, que emparelhou com o carro onde estavam Marielle e Anderson.
Ao longo desses quatro anos, as investigações do Caso Marielle passaram por três grupos diferentes de promotores no MP-RJ e por cinco delegados na Polícia Civil. As trocas dos responsáveis pela apuração se deram em circunstâncias de pouca transparência. Dois promotores pediram para deixar o caso por identificarem "interferências externas" no trabalho deles.
Protesto contra assassinato da vereadora Marielle Franco, na Câmara, Brasília
Marcelo Camargo / Agência Brasil
Criada na Favela da Maré, no Rio, Marielle Franco foi a quinta vereadora mais votada do município em 2016. Recebeu 46.502 votos. Era socióloga, com mestrado em Administração Pública. Atuou na coordenação da Comissão de Defesa dos Direitos Humanos da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj).
Como vereadora, Marielle trabalhava pelos direitos humanos e para dar visibilidade a temas como a violência policial e a importância da participação de negros, mulheres e LGBTQIA+ na política.
Após o assassinato de Marielle, a família dela fundou o Instituto Marielle Franco, que se dedica a apoiar a formação política de pessoas vistas como “sementes” do trabalho da vereadora e a preservar a memória de Marielle.
A família de Marielle Franco — a irmão Anielle, a mãe Marinete, o pai Antonio e a filha Luyara
Agência O Globo