Após ser derrotado nas prévias que definiram o candidato do PSDB ao Palácio do Planalto, Leite se aproximou de Kassab, que o convidou para mudar para o PSD e concorrer à presidência da República Pré-candidato do PSDB à presidência da República, o governador de São Paulo, João Doria, fez um aceno neste sábado (19) ao governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, com elogios a gestão do gaúcho e afirmando que endossa o conteúdo da carta enviada por lideranças tucanas para que ele permaneça no partido. Após ser derrotado nas prévias que definiram o candidato do PSDB ao Palácio do Planalto, Leite se aproximou de Gilberto Kassab, que o convidou para mudar para o PSD e concorrer à presidência da República. Apesar de estar com as negociações avançadas, o gaúcho ouviu nos últimos dias apelos de aliados tucanos para que fique na legenda comandada por Bruno Araújo. Leia mais:'Fico sensibilizado', diz Eduardo Leite, sobre carta de lideranças do PSDB que pedem sua permanênciaTucanos trabalham para manter LeiteNesta sexta-feira (18), integrantes da cúpula do partido, ex-presidentes da legenda, parlamentares e candidatos a governos estaduais enviaram uma carta a Leite, na qual destacaram a sua trajetória dentro da sigla tucana e disseram não admitir perdê-lo em um momento crucial para o país. Um dos signatários do documento é o presidente do PSDB em São Paulo, Marco Vinholi, aliado de primeira hora de Doria. O governador paulista não assinou a carta.“Eu pedi que nosso presidente do diretório executivo do PSDB de São Paulo, Marco Vinholi, assinasse a carta. Nós queremos que o Eduardo Leite permaneça no PSDB. Um bom governador do Rio Grande do Sul, fazendo uma boa gestão à frente do seu governo. Jovem, competente, sério. Nosso desejo é que ele permaneça no PSDB”, disse Doria a jornalistas após visitar obras no novo hospital Pérola Byington, em São Paulo. “Quando assina o presidente do PSDB de São Paulo, assina em nome de todos nós. Todos que fazemos parte do diretório e que somos filiados em São Paulo assinamos e endossamos essa carta. Esperamos que Eduardo Leite tenha um final de semana de reflexão e que este apelo toque seu coração. Ele tem 21 anos de filiação ao PSDB. Esperamos que possa tomar uma decisão de permanecer no PSDB, onde ele é querido e respeitado”, completou.Assinada por 28 quadros do partido, entre eles o dirigente Bruno Araújo e ex-presidentes da legenda, a carta menciona que a trajetória de Leite é motivo de orgulho.“Nos orgulhamos da sua trajetória: vereador, prefeito, governador do Rio Grande do Sul, sempre pelo PSDB, sempre tucano. Em todas essas etapas, de uma escalada absolutamente exitosa, encontramos sua marca registrada, composta pelas necessárias virtudes para o exercício da política: honradez, compromisso, determinação, preparo e competência. O futuro do Brasil está em jogo”, afirmam os tucanos na carta. “Outubro se avizinha. O momento é de união em torno de um projeto que recoloque a Nação no caminho certo. A maioria dos brasileiros, cansada de tanto extremismo, está à espera do retorno à normalidade, e, nessa direção, de alguém que possa liderar uma campanha, ao mesmo tempo, empolgante, propositiva e viável. Não admitimos a possibilidade de o perdermos, nesse momento crucial para a história do Brasil. O movimento cresce, reuniremos as forças necessárias, a missão será dada, e, certamente, como de costume, vitoriosamente cumprida”, completam.Apesar do movimento, Kassab e outras lideranças do PSD dão como certa a chegada de Leite ao partido para disputar a presidência da República. O gaúcho tem até 1 de abril para bater o martelo sobre seu futuro político. Nos bastidores, aliados de Leite do PSDB como o senador Tasso Jereissati (PSDB-CE) e o deputado Aécio Neves (PSDB-MG) ainda tentam convencê-lo a permanecer sob o argumento de que ele ainda pode assumir a candidatura tucana ao Planalto. A aposta é que ele seria o nome natural na sigla caso Doria desistisse da disputa. Durante a entrevista, Doria descartou que fará motociatas para alavancar sua postulação à presidência e alfinetou o presidente Jair Bolsonaro, que promove esse tipo de evento para encontrar com apoiadores do governo federal. “Nossa prioridade aqui é a vacina e a saúde da população brasileira, em São Paulo e no Brasil. [Nossa prioridade] não é nem andar de jet ski, nem de motocicleta. É cuidar dos mais pobres, garantir o alimento no prato e a vacina no braço”, finalizou o tucano. Cristiano Mariz/O Globo/Agência O Globo
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