Portal de Notícias Administrável desenvolvido por Hotfix

Educação

Cursos a distância representam 54,3% das matrículas em graduação, aponta levantamento


Dados são do Censo da Educação Superior, divulgados pelo Inpe, e referentes a 2020, primeiro ano de pandemia. No entanto, crescimento do ensino a distância é anterior à Covid-19. Matrículas em cursos de graduação a distância na área de saúde crescem 78% em 2020.

Pixabay

A maioria dos alunos que se matriculou em cursos de graduação no Brasil, em 2020, optou pelo ensino a distância. Do total de cerca de 3,7 milhões de estudantes que ingressaram em instituições públicas e privadas no período, 53,4% escolheram a graduação on-line, o que representa 2 milhões de estudantes, e 46,6% optaram pelo curso presencial.

Os dados, divulgados nesta terça-feira (22) pela Associação Brasileira de Mantenedoras do Ensino Superior (ABMES) e pela empresa de pesquisas educacionais Educa Insights, são uma análise do Censo da Educação Superior 2020, do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep).

LEIA MAIS:

UnB divulga calendário para processo seletivo de novos alunos

Escolas públicas do DF ganham oficinas de audiovisual

Os números são referentes ao primeiro ano da pandemia. No entanto, os dados mostram que essa tendência já era observada antes mesmo da Covid-19. Na última década, o ensino a distância cresceu 428,2%, enquanto as matrículas em cursos presenciais encolheram 13,9%.

Os alunos matriculados em cursos EaD estão acima do registrado no presencial em todas as regiões. De acordo com o levantamento, o Centro-Oeste representa 27,4% do total de matriculados em cursos a distância em 2020. Já o Sudeste possui a maior fatia de estudantes, com 34,16%.

Confira o ranking completo:

Sudeste: 34,16% do total de estudantes matriculados em graduações a distância;

Nordeste: 27,56%;

Centro-Oeste: 27,40%;

Sul: 24,86%;

Norte: 19,14%.

No Distrito Federal, a educação a distância representa 54,3% de matrículas em instituições de ensino superior. No entanto, em 2020, houve uma redução de 6,12% no número de ingressantes na modalidade.

Nos últimos dez anos, houve aumento de 35,5% nas matrículas de ensino superior, um crescimento médio anual de 2,8%. O índice foi puxado pelo aumento de 42% nas matrículas em instituições privadas. Já em instituições públicas, o crescimento foi de 19,1%.

EaD na saúde

Segundo o levantamento, o número de alunos em cursos de graduação a distância na área de saúde cresceu 78% em 2020, quando comparado ao registrado no ano anterior. Ao todo, foram mais 78,5 mil estudantes matriculados no período.

Para o diretor-presidente da ABMES, Celso Niskier, o aumento é um reflexo do momento em que o país vive. "É uma tendência acelerada pela pandemia e que vai continuar nos próximos anos. A pandemia passa, mas as sequelas ficam, por isso o aumento dos espaços para os profissionais de saúde", afirma Niskier.

Entre 2020 e 2021, houve crescimento de 93,1% no número de vagas de trabalho para os profissionais de saúde. Desde o início da pandemia no país, foram 268.561 novas contratações no setor da saúde, segundo o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged).

Leito de UTI no Hospital Regional de Samambaia, no Distrito Federal.

Breno Esaki/Agência Saúde DF

Entre os fatores que estimulam o aumento das matrículas de estudantes na área da saúde, estão ainda a exigência de diploma para o exercício da profissão e o que o diretor-presidente da ABMES aponta como "efeito exemplo".

"Muitos jovens entenderam sua vocação vendo a linha de frente de profissionais que combateu a pandemia", afirma Niskier.

De acordo com o levantamento, entre as dez graduações mais procuradas pelos estudantes do ensino a distância em 2020, quatro são da área da saúde:

Farmácia: crescimento de 416%;

Biomedicina: crescimento de 190%;

Nutrição: crescimento de 70,5%;

Enfermagem: crescimento de 30,4%.

No ranking dos cursos presenciais, sete dos dez mais procurados por novos alunos também são da área da saúde: psicologia, medicina veterinária, medicina e odontologia.

Plano Nacional de Educação

Sala de aula em universidade

David Mark/Pixabay

O Plano Nacional de Educação (PNE) estabelece uma série de diretrizes e estratégias para a política educacional brasileira, que devem ser implementadas entre 2014 e 2024. Entre as metas, está a de elevar a taxa bruta de matrícula da educação superior para 50% e a taxa líquida, referente a matrículas de alunos entre 18 e 24 anos, para 33%.

No entanto, a Associação Brasileira de Mantenedoras do Ensino Superior (ABMES) acredita que, no ritmo atual de crescimento, esses índices não serão alcançados até a data limite, em 2024. Entre 2018 e 2020, o aumento no número de matrículas no ensino superior foi de apenas 2,7%.

De acordo com as projeções da associação, feitas em parceria com a Educa Insights, a taxa líquida proposta no PNE será alcançada apenas em 2055. A projeção foi feita com base em dados de 2018.

O diretor-executivo da ABMES, Sólon Caldas, acredita que, com os números de 2020, a expectativa de alcançar as metas deve abaixar ainda mais. "Alguns fatores influenciam [no resultado], como o governo ficar na contramão da expansão. Houve, por exemplo, queda no número de financiamentos estudantis", aponta Caldas.

Em 2020, um relatório do Inpe apontou melhora no acesso ao ensino superior, com 37,9% de taxa bruta de matrículas e 25,5% de taxa líquida de escolarização em 2019. No entanto, o documento informa que será necessário um crescimento mais acelerado nos próximos cinco anos para que se atinja a meta.

Leia mais notícias sobre a região no g1 DF.

G1

Assine o Portal!

Receba as principais notícias em primeira mão assim que elas forem postadas!

Assinar Grátis!

Assine o Portal!

Receba as principais notícias em primeira mão assim que elas forem postadas!

Assinar Grátis!