Ribeiro relatou que já havia recebido uma denúncia envolvendo o pastor Arilton Moura e a remetido à Controladoria-Geral da União (CGU) O ministro da Educação, Milton Ribeiro, disse hoje que o presidente Jair Bolsonaro não viu "nada demais" no conteúdo de áudios que levantaram suspeita sobre favorecimento de pastores evangélicos na liberação de verbas da pasta. Em entrevista à rede CNN Brasil, Ribeiro relatou que já havia recebido uma denúncia envolvendo o pastor Arilton Moura e a remetido à Controladoria-Geral da União (CGU). O titular do MEC negou envolvimento em qualquer irregularidade.
“Depois do áudio, o presidente me ligou, numa das viagens, e falou: âMilton, eu não vejo nada demais no que você falou no áudioâ. E que eu estava, até o momento, gozando da confiança dele”, relatou o ministro. “Ele conhece muito bem o meu caráter, por isso estou lá. Ele falou que eu permaneço, eu fico de acordo com a sua confiança”. O ministro ponderou, contudo, que Bolsonaro tem autonomia sobre o cargo e que a decisão cabe a ele.
Assim como já fizera por meio de nota, Ribeiro reiterou que Bolsonaro não pediu tratamento especial a pastores. Argumentou que a referência que fez a religiosos como "amigo" era por cortesia e que nunca pediu contrapartida ou tratou de construção de igrejas para liberar verbas.
“Jamais existiu gabinete paralelo. Isso é uma história, uma pecha que colocaram sobre o MEC”, sustentou.
A suspeita sobre a atuação do pastor Arilton, segundo o ministro, já havia chegado ao MEC e foi levada imediatamente à CGU em agosto do ano passado. Questionado sobre o fato de ter recebido o religioso ao menos quatro vezes depois disso, Ribeiro justificou que deixar de recebe-lo levantaria suspeitas que atrapalhariam as investigações.
Diante da pressão de parte do Congresso e de religiosos para que deixe o cargo, Ribeiro disse que “nunca” pensou em deixar o cargo e que está “firme”.
O ministro da Educação garantiu ainda que os pastores nunca estiveram com ele no deslocamento para viagens oficiais e se colocou à disposição para esclarecer as suspeitas no Congresso.
“Quando eu soube que havia boato de que seria convocado, eu liguei para os dois presidentes das Casas e me coloquei à disposição, pedi para ir lá prestar informações”, finalizou.
Milton Ribeiro
Cristiano Mariz/Agência O Globo