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Bolsonaro quer segurar ministro no MEC: "Boto minha cara no fogo pelo Milton"

Por Redação

24/03/2022 às 20:25:26 - Atualizado há

Diante da revelação do escândalo envolvendo o ministro da Educação Milton Ribeiro e dois pastores evangélicos, o presidente Jair Bolsonaro (PL) foi enfático na defesa: 

"O Milton, coisa rara de eu falar aqui, eu boto minha cara no fogo pelo Milton, minha cara toda no fogo pelo Milton. Estão fazendo uma covardia com ele", afirmou, durante a live desta quinta-feira (24), ao lado da ministra e evangélica Damares Alves (Mulher, Família e Direitos Humanos), 

Segundo o presidente, ele reiterou o pedido de investigação, supostamente protocolado na Polícia Federal pela Controladoria-Geral da União (CGU), a pedido de Milton Ribeiro.

"Ontem eu pedi para a Polícia Federal, e não precisava nem ter pedido, porque já tinha aberto o procedimento, para investigar o caso também. Está na esteira do que a CGU vinha fazendo", afirmou Bolsonaro.

"A Controladoria, por seis meses investigou o caso e chegou à conclusão de que não tinha a participação de nenhum servidor público, zero. E resolveu no dia 3 março agora, 21 dias atrás, encaminhar essas peças para a Polícia Federal. Anteontem, quase no dia da divulgação, foi mandado para a Polícia Federal", disse o presidente.

Em seguida, ele desabafou a pressão que tem recebido para trocar o ministro da Educação. "Agora tem gente que fica buzinando, faz chegar para mim: 'Manda o Milton embora, já tem um bom nome para botar aí'. Tem gente querendo botar alguém lá, mas não fala publicamente".

"Querem que eu bote lá, responsabilidade minha e se der problema, eu que indiquei e se não der, continua lá fazendo coisa errada. Ninguém vai indicar um cara e se expor de graça", reclamou.

Bolsonaro tambe´m defendeu que Ribeiro "tomou providências" e que se estivesse "armando", não teria colocado os compromissos com os pastores lobistas na agenda oficial.

Entenda o escândalo envolvendo o MEC e o ministro Milton Ribeiro

O chamado "gabinete paralelo" do MEC foi denunciado por uma série de reportagens dos jornais O Estado de S. Paulo, Folha de S. Paulo e O Globo, ao longo desta semana.

Os pivôs do escândalo são o ministro Milton Ribeiro e dois pastores evangélicos, Arilton Moura e Gilmar Santos, que não possuem função oficial no governo Bolsonaro, mas agem como lobistas para liberação de verbas para prefeituras.

Em um áudio divulgado pela Folha de S. Paulo na segunda-feira (21) mostrou Ribeiro admitindo que entre as prioridades do MEC está o favorecimento de prefeitos "amigos de Gilmar", atendendo a "pedido especial do presidente Bolsonaro", que também é próximo aos religiosos. 

Em outra reportagem, divulgada pelo O Globo nesta quinta-feira, prefeitos denunciaram que os pastores pedem propina, inclusive com pagamento em ouro, para liberar verbas do MEC. 

Cármen Lúcia, ministra do STF, autorizou abertura de inquérito contra Milton Ribeiro

A ministra Cármen Lúcia, do Supremo Tribunal Federal (STF), autorizou a abertura de inquérito contra o ministro da Educação, Milton Ribeiro. A decisão é da noite desta quinta-feira (24) e atende ao pedido do procurador-geral da República, Augusto Aras.

A medida judicial foi motivada por denúncias de favorecimento do governo federal na liberação de verbas. De acordo com reportagens, os pedidos chegaram na pasta da Educação por meio dos pastores Gilmar Santos e Arilton Moura.

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Fonte: O TEMPO
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