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BRASIL

Sem proposta de Campos Neto, servidores do Banco Central vão manter greve


Os sindicatos que representam os servidores do Banco Central se reuniram na tarde desta terça-feira (29) com o presidente da instituição monetária, Roberto Campos Neto, para tentar um acordo e evitar a greve, prevista para ter início na sexta-feira (1º), por tempo indeterminado, mas não tiveram sucesso e a greve está mantida. 

Segundo o presidente do Sindicato Nacional dos Funcionários do Banco Central (Sinal), Fábio Faiad, que participou da reunião, não foi apresentada por Campos Neto uma proposta oficial, o que significa que ainda não há acordo com o governo federal para as reivindicações dos servidores do BC. 

Mais cedo, Faiad já havia adiantado a O TEMPO que as expectativas de ter uma proposta e fechar um acordo que revertesse a greve eram baixas. "A nossa expectativa é uma proposta oficial. Tivemos uma reunião [com o presidente Campos Neto] no sábado [26] e ele não trouxe, então não tenho expectativa de que hoje teremos essa proposta. Estamos aguardando, o que pode mudar os rumos da greve é a proposta oficial", relatou Faiad.

Os servidores buscam pressionar o governo federal para ampliar o reajuste salarial do funcionalismo público. Isso porque o Orçamento de 2022 reservou R$ 1,7 bilhão para aumentos salariais, mas o presidente Jair Bolsonaro (PL) já afirmou que pretende beneficiar apenas as categorias policiais.

Além do reajuste salarial, os servidores do Banco Central cobram uma reestruturação de carreiras de analistas e técnicos, em que afirmam não haver impacto financeiro.

A greve geral dos servidores do Banco Central pode deixar o Pix fora do ar. O serviço transfere dinheiro entre bancos de forma instantânea e sem pausas às madrugadas, finais de semana e feriados.

Além das transferências, outros processos relacionados ao Pix serão afetados, como a manutenção para evitar invasões hackers, o atendimento de respostas ao público sobre o serviço e para solucionar dúvidas e os contatos diretos com bancos.

A divulgação de relatórios com índices econômicos é outro serviço da instituição monetária que será impactado pela greve. Entre eles está o Boletim Focus, que traz uma análise sobre as expectativas do mercado financeiro toda segunda-feira. Esta já é a segunda semana que o documento tem sido divulgado com atraso.

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