O Supremo Tribunal Federal (STF) rebateu as declarações que o presidente Jair Bolsonaro (PL) fez em relação ao ministro Luís Roberto Barroso nessa terça-feira (12). Em conversa com apoiadores no Palácio da Alvorada, o presidente criticou a fala de Barroso e do ministro Ricardo Lewandowski durante o seminário “Brazil Conference”, no fim de semana, em Boston, nos Estados Unidos.
Para a Corte, que divulgou a íntegra da fala de Barroso, “algumas publicações e menções deturparam ou descontextualizaram a fala do ministro”. “O STF alerta para a importância de não repassar informações de fontes não confiáveis ou dados descontextualizados”, diz a nota divulgada.
Na conferência, Barroso afirmou, sem citar o nome de Bolsonaro, que a democracia vem sendo atacada por representantes de um “populismo autoritário”, mas que as instituições têm conseguido resistir.
"O STF alerta para a importância de não repassar informações de fontes não confiáveis ou dados descontextualizados”, diz a nota, sobre Bolsonaro
Cristiano Mdepoariz/Agência O Globo
“Não gostaria de ter uma narrativa de que está tudo desmoronando. É preciso ter uma compreensão crítica de que há coisas ruins acontecendo, mas é preciso não supervalorizar o inimigo. Nós somos muito poderosos, nós somos a democracia. Nós é que somos os poderes do bem e ajudamos a empurrar a história na direção certa. O mal existe, é preciso enfrentá-lo, mas o mal não pode mais do que o bem”, disse o ministro.
Ao mencionar a fala de Barroso, o presidente disse: “[Há] Outro ministro falando: âeu sou a democracia, eu sou a verdadeâ. Faltou falar: âSou a luz, a fé e a esperança e nós vamos vencer o inimigoâ, que sou eu”.
Bolsonaro também fez referências a Lewandowski, que havia afirmado que o negacionismo do governo federal foi responsável pelo “aumento exponencial” do número de mortes por covid-19 no Brasil. “Vocês viram eu sendo acusado de ter matado gente na pandemia por um ministro?”, questionou o presidente.