Tedros Adhanom Ghebreyesus disse que a equipe já viajou ao país asiático para as pesquisas sobre a origem do vírus. Primeiros relatos da Covid-19 estavam relacionadas a um mercado de animais em Wuhan, mas cientistas querem mais detalhes sobre como o causador da pandemia 'saltou' para seres humanos. Tedros Adhanom Ghebreyesus, diretor-geral da OMS, em foto de 3 de julho
Fabrice Coffrini/Pool via Reuters
O diretor-geral da Organização Mundial de Saúde (OMS), Tedros Adhanom Ghebreyesus, afirmou nesta terça-feira (5) que está "muito decepcionado" com a China porque o país ainda não autorizou a entrada de uma equipe de especialistas internacionais para analisar as origens do coronavírus.
"Hoje soubemos que as autoridades chinesas ainda não finalizaram as permissões necessárias para a chegada da equipe na China", disse Tedros em entrevista coletiva em Genebra, na Suíça.
Diretor da OMS diz estar 'muito decepcionado' com a China
"Tenho mantido contato com altas autoridades chinesas e, mais uma vez, deixei claro que a missão é uma prioridade para a OMS", acrescentou ele aos jornalistas.
Os primeiros casos de Covid-19 no mundo foram reportados pelas autoridades chinesas à OMS em 31 de dezembro de 2019. Esses registros vieram da cidade de Wuhan, a primeira a sofrer um surto do coronavírus. Todos os primeiros diagnósticos estavam relacionados, inicialmente, a um mercado que vende animais selvagens mortos para o consumo humano.
O mercado de frutos do mar de Wuhan Huanan, onde se suspeita que a nova cepa de coronavírus teria começado a se espalhar. O estabelecimento está fechado desde 21 de janeiro de 2020
Dake Kang/AP
No entanto, os cientistas ainda não conseguiram confirmar se realmente o coronavírus "saltou" de um animal para o homem nesse estabelecimento ou se o patógeno já circulava antes a partir de outra origem — o mercado, nessa hipótese, teria servido como um "superdisseminador" da Covid-19 pela aglomeração de pessoas.
As análises da origem dos primeiros casos são importantes para entender melhor o novo coronavírus e traçar estratégias para prevenir o surgimento de novas doenças que possam causar epidemias ou pandemias.
Uma hipótese levantada nos Estados Unidos, em abril, é de que um funcionário se infectou com o vírus em um laboratório que estuda patógenos do tipo em Wuhan. De lá, sem querer, esse cientista teria disseminado a Covid-19. Entretanto, o governo chinês e os representantes do laboratório negam a versão.
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