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Ciência e Saúde

Histórias de reinvenção: Dani, consultora para estudantes na Flórida


Depois de trabalhar com marketing e ser dona de uma marcenaria, ela agora ajuda brasileiros a ingressar nas melhores universidades americanas Na terça-feira, ao contar a história de Claudia Gazel, iniciei uma série de três colunas sobre mulheres que se reinventaram em outros países, deixando para trás as referências profissionais que tinham no Brasil. Hoje é a vez de Daniela Campos, de 52 anos, que há dez vive na Flórida. Depois de uma longa trajetória como executivo, o marido, Rubens, desejava dar uma guinada na carreira. Apesar da formação em administração, a polivalente Dani já havia trabalhado na área de marketing e em design de interiores, quando foi dona de uma marcenaria, e não teve dúvidas sobre as oportunidades que a mudança proporcionaria para o casal e seus três filhos – na época, com 15, 11 e 4 anos de idade.

“Quando chegamos, Rafael, o mais velho, estava no Ensino Médio, o high school daqui. Como era um ótimo aluno e jogava tênis, todos diziam que seria fácil conseguir bolsa numa universidade. Só que descobri que o processo não é nada simples, porque é preciso ter registro de todas as atividades do adolescente, como torneios, prêmios, e por aí vai. Quando chegou a vez da Laura, a do meio, estava mais preparada e tinha começado a dar uma assessoria informal a outros brasileiros na mesma situação. Foi quando me dei conta de que isso poderia se transformar num negócio”, lembra.

Daniela Campos: há dez anos na Flórida, ela criou a Impacto Acadêmico, consultoria para auxiliar estudantes brasileiros a ingressar nas boas universidades americanas

Acervo pessoal

Foi assim que nasceu a Impacto Acadêmico, uma consultoria educacional para atingir os melhores resultados possíveis no high school e no ingresso nas universidades. Daniela se associou à psicóloga Patricia Teixeira, especializada em orientação profissional (como agora são chamados os testes vocacionais), que detectara o alto grau de ansiedade dos jovens brasileiros diante de tantos desafios para conseguir uma vaga. Juntas, criaram uma metodologia exclusiva, em 2020, e hoje têm 70 clientes. “Embora as boas notas sejam importantes, é indispensável ter uma vida extracurricular rica, ou seja, fazer esportes e trabalho voluntário, participar de clubes acadêmicos. É uma cultura bem diferente da brasileira, mas boa parte dos pais não sabe disso. A maioria vem para cá em busca de segurança e de um futuro melhor para os filhos, que necessariamente passa pela educação, portanto é fundamental se adaptar”, ensina.

Como são os estudantes que montam a grade de matérias, a consultoria os orienta a escolher disciplinas para alcançar uma boa média e a se engajar em experiências que enriqueçam o currículo. Eles ainda recebem indicações de tutores para aumentar a pontuação no SAT, o exame que equivale ao Enem, mas com uma grande diferença: pode ser realizado até oito vezes num ano, possibilitando atingir uma marca melhor. Também aprendem a redigir o “essay” para a universidade, que é o texto no qual o aluno se apresenta à instituição na qual deseja entrar. “O ideal é que a garotada receba as orientações a partir do primeiro ano da high school, para ter tempo de se preparar, mas atendemos até quem está perto de se formar. Os EUA têm cerca de 4 mil instituições ensino superior e 300 são de ótima qualidade, há muitas opções de excelência. No entanto, cada vez mais elas estão interessadas em como os jovens se informam, se distraem, ou socializam, com ênfase na curiosidade intelectual”, diz Daniela. Seus cartões de visita preferidos? Rafael, formado em 2019 em finanças pela prestigiosa University of Notre Dame; e Laura, que cursa comunicação na NYU (New York University).

G1

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