No Rio, trabalhadores e representantes de centrais sindicais e partidos políticos se reuniram para ato do 1º de Maio no parque do Aterro do Flamengo, zona Sul da cidade. Na casa das centenas, o público se concentrou em torno do coreto modernista, monumento de concreto armado na altura do bairro do Catete. A manifestação foi marcada por referências às eleições de outubro, com pedidos pelo fim do governo Bolsonaro e defesa explícita à eleição do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, anunciada como a condição para o resgate de direitos trabalhistas.
Havia cartazes e camisetas contra o presidente Jair Bolsonaro (PL), além de citações específicas ao ministro Paulo Guedes, que embutiam críticas à escalada da inflação e perda do poder de compra do salário mínimo.
Representantes da Central Única dos Trabalhadores (CUT) disseram que, em três anos e cinco meses de governo, Paulo Guedes não apresentou propostas para o desenvolvimento do país com geração de emprego e renda. "Tudo que ele apresenta, como a carteira verde e amarela, é para tirar direitos", disseram em nota sobre o evento.
A manifestação começou no fim da manhã e terminou por volta das 14h30. Além da CUT, havia bandeiras da Central dos Trabalhadores do Brasil (CTB), da Central Sindical e Popular (CSP), da Frente Internacionalista dos Sem Teto (Fist), além de partidos de esquerda.
Participaram do ato os deputados federais Marcelo Freixo (PSB), Alessandro Molon (PSB) e Jandira Feghali (PCdoB), a deputada estadual Enfermeira Rejane (PcdoB), os vereadores Lindbergh Farias (PT) e Reimont (PT).
Figura mais proeminente da política fluminense a discursar, Freixo disse, em discurso, que o Brasil vive um momento decisivo de sua história. "Me perguntaram por que eu falei que essa eleição era a mais importante do tempo democrático brasileiro. Minha resposta foi objetiva: é a mais importante porque pode ser a última e nós não podemos errar, disse, ao defender a eleição de Lula, de quem goza de apoio formal ao governo do Rio.
"O que está em jogo não é apenas uma eleição, mas se a Constituição de 88 vai continuar valendo ou não neste país. Consolidamos a vitória sobre a ditadura na Constituição de 88. É exatamente por isso que o fascismo hoje organizado e estabelecido no Brasil dentro da presidência da República quer acabar com a Constituição. É isso que está em jogo na eleição de 22: derrotar Bolsonaro e garantir a varinha da Constituição de 88, derrotar os resquícios da ditadura", continuou.