Artista se confirma grande compositor com o single existencialista 'Nascer, viver, morrer', amostra inicial do segundo disco individual, gravado ao longo de 2021 e programado para 14 de junho. Tim Bernardes lança o single 'Nascer, viver, morrer' na terça-feira, 3 de maio
Marco Lafer & Isabela Vdd / Divulgação
Resenha de single
Título: Nascer, viver, morrer
Artista: Tim Bernardes
Composição: Tim Bernardes
Edição: Coala Records
Cotação: * * * * *
? É tempo de recomeço para Tim Bernardes! Encerrado em abril o ciclo de shows derivados do primeiro álbum solo do artista paulistano, Recomeçar (2017), o cantor, compositor, multi-instrumentista, arranjador e produtor musical anuncia o sucessor deste disco antológico em que Tim orquestrou uma sinfonia da dor com elevação poética.
Gravado ao longo de 2021, entre a casa do artista e o estúdio paulistano Canoa, o segundo álbum solo de Tim Bernardes se chama Mil coisas invisíveis e tem lançamento programado para 14 de junho pelo selo Coala Records.
Se Recomeçar foi disco gravado com repertório amealhado pelo compositor ao longo dos anos e guardado em gavetas e HDs, Mil coisas invisíveis vai apresentar cancioneiro inédito e autoral criado entre o fim de 2018 e meados de 2020 – período em que Tim ainda capitaneou a produção, a composição e a gravação do quarto álbum de estúdio do trio O Terno,
, lançado em abril de 2019. Canção eleita por Tim para ser o primeiro single do álbum solo Mil coisas invisíveis, Nascer, viver, morrer é da safra autoral de 2020 e é a música que abre o disco, mas que os seguidores do artista já poderão ouvir nesta terça-feira, 3 de maio. “Nascer, viver, morrer é uma música que, mesmo sendo curta, consegue sintetizar os assuntos que permeiam o disco. Foi por isso que a escolhi como uma porta de entrada para esse novo trabalho. Ela é uma espécie de introdução do álbum”, contextualiza Tim ao apresentar a canção cuja gravação totaliza um minuto e 53 segundos. O tempo é suficiente para Tim Bernardes se confirmar um dos maiores compositores brasileiros do século XXI – e, não por acaso, o nome de Tim já vem aparecendo como compositor nos créditos de álbuns de cantoras do porte de Gal Costa, para quem forneceu o estilizado ijexá Realmente lindo no álbum A pele do futuro (2018) e Maria Bethânia, para quem ele emulou um bolero vintage, Prudência (2021), como se encarnasse um compositor de samba-canção da década de 1950. Capa do álbum 'Mil coisas invisíveis', de Tim BernardesMarco Lafer & Isabela Vdd com arte de Isabela VddA audição do single Nascer, viver, morrer mostra Tim Bernardes compondo como Tim Bernardes. Celebração metafísica da vida, a bela canção narra ciclo existencial, abordando (re)nascimento no meio da vida com força e magia, vivência na realidade possível com “um mundo na mente e no sonho e no ser” e morte “de ausência / presença no inexistente” com “silêncio de volume gigante”. Cada ação – nascer, viver, morrer – se desenrola em sequência até o entrelaçar final dos temas dessa pequena obra-prima. Como compositor, arranjador, músico polivalente que se revezou nos toques de todos os instrumentos da faixa (bateria, baixo, percussão e violão) e produtor musical do fonograma, Tim Bernardes reitera o talento – o coro de vozes que encorpam cada um dos três títulos parciais da canção (Nascer, Viver, Morrer) é show à parte – e sinaliza que o álbum Mil coisas invisíveis é prudente prosseguimento de Recomeçar sem virada de mesa e de disco. “Acho que tem algo contemplativo nesse álbum que se aproxima, tem algo sobre o amor e os relacionamentos, como no disco anterior, mas trago um olhar objetivo sobre um terreno mais misterioso e com uma abordagem mais astral”, compara o artista ao relacionar Mil coisas invisíveis a Recomeçar. A julgar pelo single Nascer, viver, morrer, amostra inicial do álbum produzido e mixado pelo próprio artista e masterizado pelo engenheiro de som Gui Jesus Toledo, Tim Bernardes recomeça muito bem a jornada solo.