Depois de participar de reunião com o Ministério da Saúde e sair sem uma definição sobre o início do programa de imunização, o governador do Piauí, Wellington Dias (PT), disse ao blog que a "paciência da população está se esgotando com essa demora no início da vacinação no país".Segundo ele, o governo Bolsonaro precisa acelerar o processo e tomar a liderança do processo para evitar que essa insatisfação reinante na população aumente ainda mais."Estamos pedindo uma reunião com o ministro Eduardo Pazuello na próxima semana exatamente com esse objetivo, para definirmos o cronograma de vacinação e tranquilizar a população", afirmou o governador.Análise: as consequências do atraso do Brasil para planejar vacinaçãoO Ministério da Saúde ainda não respondeu aos governadores sobre o pedido de reunião. Eles gostariam, inclusive, que dessa reunião participassem a diretoria da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), o presidente do Supremo Tribunal Federal, Luiz Fux, e do Senado e Câmara, Davi Alcolumbre e Rodrigo Maia."Precisamos fazer um grande esforço concentrado, envolver todos os poderes, checar o que pode ser feito para acelerar o início da vacinação. É de interesse do país e do governo federal também", acrescentou Wellington Dias.O governador lembrou a importância da vacinação neste momento em que os casos de transmissão estão subindo e há o risco de novas variantes do coronavírus elevarem ainda mais essa taxa."Temos uma situação delicada, que pode piorar. Leitos de UTIs foram desativados, temos de reativá-los, e a vacinação poderia inverter esse cenário", afirmou Dias.Para o governador do Piauí, o ideal continua sendo que toda vacinação no país seja comandada pelo Ministério da Saúde, por meio do Programa Nacional de Imunização."Estamos dando um voto de confiança ao governo, mas a paciência da população está se esgotando com essa demora. Se continuar assim, teremos de tomar outros caminhos", disse.Esse cenário, porém, não é considerado o ideal. "Aí seria um salve-se quem puder, com cada Estado resolvendo a seu modo, criando desigualdades no país", disse Wellington Dias.