Uma prática de pintar a pele de pessoas brancas em cores escuras a fim de ridicularizar pessoas negras, denominada "blackface" motivaram denúncias de racismo nas repúblicas de Ouro Preto. Imagens de estudantes que evidenciam a prática de blackface foram parar nas redes sociais e reacendeu o debate sobre o histórico de problemas nunca revisto dentro das repúblicas.
No perfil de uma das repúblicas, consta que o evento chamado de "Miss Bixo" em que a brincadeira foi feita, faz parte de um costume, onde os "estudantes têm a tradição de se fantasiar e se pintar para a apresentação da equipe", diz a nota de retratação.
Os estudantes da Universidade Federal de Ouro Preto (Ufop) ainda justificaram que cada república é responsável por escolher um tema e tipo de fantasia. Os casos que mais geraram repercussão procuravam representar o cachorro Muttley e os Irmãos Rocha do desenho animado Corrida Maluca, além de pombos, pensando na música "Mundo Animal", do grupo Mamonas Assassinas.
Um abaixo-assinado contra o racismo na Ufop foi criado para apurar a conduta dos envolvidos. O manifesto afirma que "as pinturas foram associadas a blackface, despertando gatilhos em pessoas negras e pardas, caracterizando racismo".
No Instagram, o perfil do Diretório Central dos Estudantes (DCE) da Ufop se pronunciou dizendo que a prática de pintar o rosto de preto ou marrom para representar pessoas negras é um ato racista, doloroso e ofensivo, além de reforçar estereótipos.
Também foram repostados stories de usuários que marcaram o DCE, mostrando o nome de algumas das repúblicas responsáveis pelo ato.