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Juiz determina permanência da Força Nacional em reserva indígena no Pará

Por Redação

05/05/2022 às 22:08:01 - Atualizado há

O juiz federal da 1ª Região Paulo Máximo de Castro determinou que a Força Nacional permaneça no município de Novo Repartimento (PA) para evitar conflito na reserva indígena Parakanã, e estabeleceu multa diária de R$ 5.000 à União em caso de descumprimento.

Desde 24 de abril, os indígenas estão em estado de tensão com moradores do município por conta do desaparecimento de três homens que haviam entrado na reserva para caçar. Familiares deles acusavam os indígenas de os terem sequestrado. Os corpos foram encontrados no último sábado (30).

Ao determinar o envio de homens da Polícia Federal para apurar o desaparecimento e da Força Nacional, da Polícia Militar e do Corpo de Bombeiros para evitar um conflito, o juiz federal Heitor Moura Gomes destacou o relato de instabilidade feito pela Polícia Rodoviária Federal, agravado por um bloqueio na BR 230.

"Os manifestantes estão sendo controlados, na medida do possível, pelas equipes da PRF presentes no local, mas a todo momento ocorrem ameaças de derrubada da ponte sobre o rio Pucuruí e animosidades constantes com caminhoneiros parados no bloqueio", escreveu a corporação em um ofício.

Ainda segundo a PRF, familiares das vítimas abasteciam os manifestantes com alimentos para que permanecessem lá. "Há consumo de bebidas alcoólicas no local o que torna o controle dos ânimos mais complicado", detalha.

A portaria do Ministério da Justiça autorizando o envio da Força Nacional só foi publicada no Diário Oficial da União desta terça-feira (3), mas já havia efetivo na região. No último domingo (1), dia do velório no qual temia-se um acirramento dos ânimos, os homens que lá estavam informaram a Polícia Federal de que teriam recebido ordens superiores para se retirarem. O relato motivou o pedido de liminar feito pelo Ministério Público Federal, acatado pelo juiz.

Procurado, o Ministério da Justiça afirmou que, ao ser solicitada pela Polícia Federal, a Força Nacional prontamente acionou seu efetivo disposto em Altamira (PA) para se deslocar até Novo Repartimento para auxiliar nas atividades de localização dos caçadores que estavam desaparecidos.

"Desde então, a Força Nacional segue na região com tropa ostensiva para garantir a ordem pública e a incolumidade das pessoas e do patrimônio", afirmou a pasta em nota.

O procurador-geral da República, Augusto Aras, vai a Belém (PA) nesta sexta-feira (6) para acompanhar os conflitos envolvendo indígenas. Os procuradores do estado vão repassar um relatório detalhado da situação e expor como a PGR pode auxiliar na solução.

Em abril, a cacique da aldeia Karimaa, Juma Xipaia, denunciou a invasão de garimpeiros, que chegaram em balsas. De acordo com o relato dela, publicado em suas redes sociais, os invasores usaram de violência contra o seu pai, que registrava a movimentação com um celular. (Folhapress)

Fonte: O TEMPO
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