Com 11 votos a favor e seis contrários, a Comissão Constitucional do Congresso, dominada pela oposição, votou pelo arquivamento do polêmico projeto, uma das promessas de campanha de Pedro Castillo O Congresso peruano arquivou nesta sexta-feira um projeto apresentado pelo presidente do país, Pedro Castillo, para convocar uma Assembleia Constituinte.
Com 11 votos a favor e seis contrários, a Comissão Constitucional do Congresso, dominada pela oposição, votou pelo arquivamento do polêmico projeto, uma das promessas de campanha de Castillo.
O presidente peruano anunciou o projeto há duas semanas em meio a protestos em várias partes no país devido ao aumento dos preços dos alimentos, dos combustíveis e dos fertilizantes.
Castillo propôs que os peruanos votassem sobre a convocação da Constituinte em paralelo às eleições regionais e municipais de outubro. A atual Constituição peruana entrou em vigor em 1993, durante o governo de Alberto Fujimori.
O ministro da Justiça, Félix Chero, criticou a decisão nas redes sociais. Segundo ele, o arquivamento de um projeto que “atende às demandas legítimas do povo” mostra que o Congresso não está atendendo aos interesses dos cidadãos peruanos.
No dia em que Castillo apresentou o projeto, a presidente do Congresso, María Alva, afirmou a jornalistas que o plano do governo era “inviável” e “inconstitucional”. Para ela, a convocação da Constituinte estava sendo usada como uma “distração”.
O Peru vive um período de grande instabilidade política desde 2016. Nos últimos seis anos, o país teve seis presidentes. Castillo, que está no poder há cerca de 10 meses, já superou dois pedidos de impeachment no Congresso.
Tanto o Congresso como o presidente são muito impopulares, de acordo com pesquisas. Em abril, um levantamento feito pelo Ipsos mostrou que 79% dos peruanos desaprovam o Legislativo e 76% reprovam o governo de Castillo.
Presidente do Peru, Pedro Castillo
Guadalupe Pardo/AP