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BRASIL

Guedes sugere reforma do IR enxuta com taxação dos 'super-ricos'


Buscando destravar no Senado a proposta enviada pelo governo de Jair Bolsonaro (PL) de reforma tributária, o ministro da Economia Paulo Guedes defendeu, nesta segunda-feira (9) uma versão mais enxuta da reforma do imposto de renda, com taxação dos chamados "super-ricos" e redução da tributação das empresas. 

"Podemos fazer uma versão mais enxuta [da reforma do imposto de renda], tributando super-ricos e reduzindo o imposto sobre as empresas. É o que falta para o Brasil receber investimentos de fora. Nossa reforma reduziria impostos de 34% para 26% num primeiro movimento", disse o ministro em evento de lançamento do monitor de investimentos, a plataforma digital desenvolvida pelo Ministério da Economia em parceria com o BID (Banco Interamericano de Desenvolvimento), com apoio financeiro do governo britânico.

De acordo com levantamento divulgado anualmente pela revista econômica Forbes, no Brasil há 65 indivíduos considerados "super-ricos", cuja fortuna somada corresponde a aproximadamente US$ 212 bilhões, ou R$ 1,2 trilhão.

O texto-base da reforma do IR foi aprovado com modificações pela Câmara dos Deputados e encaminhado para apreciação do Senado em setembro do ano passado, onde está parado desde então. Os senadores não chegaram a um consenso sobre a cobrança de impostos de pessoas jurídicas, além da tributação de lucro e dividendo.

Para Guedes, IPI atrapalha indústria brasileira

Além da sugestão de reforma tributária, Guedes também criticou, no mesmo evento desta segunda, o Imposto Sobre Produtos Industrializados (IPI), o qual ele considera um tributo "contra a indústria brasileira".

"Desindustrializamos o Brasil nos ultimo 30, 40 anos. Na reforma tributária, inclusive, ele acabava, convergindo para o modelo da OCDE [Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico]", afirmou o ministro. O governo federal está tentando ingressar na OCDE e já iniciou o processo de negociação para tal, que pode durar até cinco anos.

O governo federal busca recuperar a indústria e estimular a economia por meio da redução do IPI. Pelos decretos, alguns produtos tiveram redução de 25% no IPI e outros chegam a 35%.

No entanto, na última sexta-feira (6), o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF) suspendeu parte desses decretos provisoriamente, atendendo a pedido do partido Solidariedade. A legenda argumentou que a regra prejudica a competitividade da Zona Franca de Manaus, no estado amazonense.

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