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Defensor de Trump, Bolsonaro silencia sobre invasão e aliados alegam 'questões internas' dos EUA

Por Redação

07/01/2021 às 10:55:59 - Atualizado há
Assessores temem prejuízos para a relação Brasil-EUA se não houver uma guinada na condução da política externa brasileira, hoje nas mãos do ministro Ernesto Araújo. Manifestantes pró-Trump invadiram o Capitólio em protesto

Saul Loeb/AFP

O presidente Jair Bolsonaro não condenou, nem se manifestou — pelo menos até agora — a respeito da invasão ao Capitólio, sede do Congresso americano, nesta quarta-feira (6).

O silêncio do presidente brasileiro vai na contramão da posição de autoridades brasileiras, como Rodrigo Maia, Davi Alcolumbre, Gilmar Mendes e Luis Roberto Barroso, além de líderes globais, que criticaram o movimento de apoiadores de Donald Trump que não aceitam a derrota para Joe Biden.

Veja a repercussão da invasão do Congresso dos EUA

No discurso de fontes do governo brasileiro ouvidas pelo blog, a invasão é “questão interna” dos EUA — e o presidente americano, Donald Trump, já garantiu uma “transição ordenada” no dia 20 de janeiro.

Parlamentares de diferentes partidos criticaram nos bastidores o silêncio do Planalto e temem que o episódio de ontem nos EUA sirva de inspiração para radicais no Brasil que apoiam o governo Bolsonaro, para uma contestação de uma eventual derrota na eleição presidencial de 2022.

No argumento interno do governo brasileiro, o episódio de ontem “só ocorreu” por conta da votação pelos correios nos EUA, o mesmo discurso de Donald Trump para não aceitar a derrota, ratificada pelo Congresso americano.

Bolsonaro nunca escondeu sua preferência por Trump, pelo contrário. Foi um dos últimos líderes a reconhecer a vitória de Joe Biden e sempre um entusiasta das políticas do governo Trump. Assessores temem prejuízos para a relação Brasil-EUA se não houver uma guinada na condução da política externa brasileira, hoje nas mãos do ministro Ernesto Araújo.

O problema, admitem esses assessores, é que Ernesto é homem de confiança da família Bolsonaro, e o presidente resiste a trocá-lo.

Por isso, auxiliares presidenciais buscam um caminho alternativo, por ora, como a ponte de Michel Temer com o governo Biden.

Temer tem boa relação com Biden desde que ele foi vice de Dilma Rousseff e o presidente americano eleito, de Barack Obama.

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