A falta de sensibilidade na política de preços da Petrobras segue devastando o mercado brasileiro. Não só os autônomos, mas as grandes empresas sofrem com os valores cobrados atualmente, e o cenário não é nada promissor para o transporte de forma geral no país.
Prova disso é que o Sindicato dos Transportadores Rodoviários Autônomos de Bens do Espírito Santo (Sindicam-ES) é o primeiro órgão ligado a caminhoneiros a informar uma paralisação após o aumento no preço do diesel nessa terça-feira (10). A categoria promete parar a partir desta quarta-feira (11) em todo o Estado capixaba.
“O Sindicam-ES, juntamente com os representantes dos caçambeiros, apoia esse movimento. Entendemos que a situação ficou insustentável depois de tantos reajustes, seja no preço do diesel ou dos insumos que compõem o dia a dia do caminhoneiro”, diz o comunicado.
A Petrobras reajustou o preço do diesel nas suas refinarias, mas os preços da gasolina e do GLP – o gás de cozinha –, no entanto, foram mantidos.
No comunicado, o sindicato enfatizou que reivindica uma diminuição de 26% no preço do diesel, gatilho no combustível e valores diferentes entre os tipos de cargas.
O aumento do preço do diesel também lança luz, novamente, em ameaças de greve dos tanqueiros, caso não haja redução nos valores do combustível.
O presidente do Sindicato das Empresas Transportadoras de Combustíveis e Derivados de Petróleo do Estado de Minas Gerais (Sindtanque), Irani Gomes, diz não descartar um movimento que resulte em paralisação.
“A gente vai ter que conversar com as distribuidoras. Caso a situação não melhore no país, a categoria vai começar a se manifestar para ver qual a decisão”, declarou Irani Gomes.
A reunião do sindicato das transportadoras deve ocorrer ainda nesta semana, entre esta quarta e sexta-feira (13/5). Na pauta está a possibilidade de uma greve.
O caminhoneiro Olívio Souza, que trabalha como autônomo há 12 anos em Governador Valadares, na região do Rio Doce, falou sobre a situação em Minas. Ele afirmou ontem que não há movimento grevista em curso no Estado, mas há possibilidade de esse cenário mudar caso a Confederação Nacional de Transportadores Autônomos (CNTA) se manifeste a favor de uma paralisação.
“Nos anos anteriores, a gente tentou se organizar isoladamente. Mas não conseguimos avançar. Infelizmente, a categoria está muito dividida por motivos políticos. Isso atrapalha as articulações. Dificulta o diálogo”, disse o caminhoneiro de Minas Gerais.
(Com Gabriel Rodrigues)