Projeto virtual liderado Damon Albarn, vocalista e multi-instrumentista famoso por ser líder do Blur, tocou neste domingo em São Paulo. Noite teve ainda Matuê e Two Door Cinema Club. O Gorillaz fechou o Mita Festival, em show para quase 20 mil pessoas em São Paulo, segundo a organização, neste domingo (15). No palco da Sparks Arena, eles se mostraram muito mais uma banda de carne e osso, do que de pixels.
Os personagens de desenho animado 2-D, Murdoc, Noodle e Russel foram coadjuvantes do show comandado por Damon Albarn, vocalista e multi-instrumentista famoso por ser líder do Blur.
O londrino de 54 anos provou estar em boa forma ao lado de um time competentíssimo: quatro vocais de apoio, baterista, baixista, percussionista e tecladista. Na parte final, teve ainda o reforço do rapper De La Soul, em "Superfast Jellyfish" e no hit "Fell Good Inc.".
Show do Gorillaz no Mita Festival em São Paulo
Alex Woloch/Divulgação
Albarn fez vários passeios pela plateia, sendo o primeiro em "Last living souls", quando cantou se equilibrando na grade em frente ao palco.
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"Tranz" foi a primeira da noite em que a banda virtual apareceu cantando com mais destaque no telão, em imagens do clipe. Mas são os vídeos da filmografia do quarteto que são exibidos nos três telões: não há tantas imagens produzidas só para esta turnê. O Gorillaz é, cada vez mais, uma banda real.
Som grave e riffs hipnotizantes
O som grave que faz o corpo dar aquela tremida é uma das características do som do Gorillaz ao vivo, principalmente em músicas como "Strange timez".
Riffs hipnotizantes, que se repetem e grudam na cabeça, também fazem parte do DNA das canções do grupo. "Tomorrow cones today" deixa isso claro, quando Damon larga a guitarra e toca escaleta, aquele tecladinho de sopro que parece brinquedo de criança.
Damon Albarn, do Gorillaz, se apresenta no Mita Festival em São Paulo
Alex Woloch/Divulgação
A clássica voz modificada e abafada de Albarn, que não largava seu megafone nos tempos de Blur, dá as caras em várias músicas. Com microfone normal, sem efeitos, a voz surge esganiçada e potente, como sempre.
Em "Kids with guns", os quatro backing vocals assumem as vozes principais. Mas o talento do quarteto aparece em quase todas as músicas, como "O Green world". Nessa, Albarn toca piano, enquanto imagens de devastação e poluição aparecem no telão.
Mas, definitivamente, o Gorillaz deixou de ser uma "banda de telão" já faz algum tempo e quem foi ao Mita Festival comprovou isso ao vivo.
Outras atrações do Mita
Matuê se apresenta no Mita Festival em São Paulo
Alex Woloch/Divulgação
Antes do Gorillaz, o festival recebeu nomes da música brasileira como a cantora carioca Lertrux e a paulista Liniker. O rap teve vez com apresentações de Marcelo D2, que segue fazendo shows solo e com o Planet Hemp, e de Matuê, rapper cearense associado ao trap, um rap festivo e de batidas graves.
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Tuê, como é chamado carinhosamente por fãs e por ele mesmo, emendou hits que já chegaram ou ainda estão no topo dos rankings das mais ouvidas no streaming. A parte mais novinha da plateia cantou músicas como "Groupies", "Kenny G" e "Máquina do Tempo", do formidável verso arrependido "Domingão queimando gasolina, foi mal por comer a sua prima".
O show mais estranho da noite foi o do grupo de indie rock dançante norte-irlandês Two Door Cinema Club. Não bastasse ser um sub-Franz Ferdinand, a banda ainda tocou no Brasil desfalcada. O vocalista Alex Trimble não veio ao Brasil, devido a problemas médicos não especificados.
Mesmo assim, o público não pareceu se importar. Apesar dos movimentos e vocais contidos, o substituto David Clements foi bem recebido. Rolou até um coro de "P... que pariu é o melhor reserva do Brasil" gritado por fãs mais empolgados.
Matuê se apresenta no Mita Festival em São Paulo
Alex Woloch/Divulgação