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Commodities: Sem geada, café passa por correção técnica e recua em NY

Por Redação

18/05/2022 às 18:24:32 - Atualizado há

Suco de laranja, algodão, açúcar e cacau também caíram, em sessão marcada por ajustes em perspectiva de safra e queda do petróleo O café arábica fechou em queda expressiva na Bolsa de Nova York nesta quarta-feira, em uma sessão em que os investidores realizaram lucros após a chegada de uma frente fria às principais áreas de cultivo do grão no Brasil. O contrato para julho, o mais negociado, que ocupa a segunda posição de entrega, recuou 4,2%, cotado a US$ 2,176 por libra-peso.

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De acordo com a Somar Meteorologia, a combinação de ventos fortes e nuvens impediu um declínio mais acentuado da temperatura nas áreas de produção de café. Não houve formação de geada, o que era o maior receio dos produtores, mas, até sexta-feira, ainda há risco de ocorrência do fenômeno.

Para a Somar, a próxima madrugada será mais fria que a última em áreas de café de São Paulo e Minas Gerais, ainda com revisão de vento e nuvens. Na sexta-feira, as temperaturas devem subir levemente.

A geada pode congelar os tecidos vegetais e provocar a morte de plantas inteiras ou de partes delas, comenta o Zaner Group. “Tenha em mente que essa região tem visto condições mais secas do que o normal desde meados de 2020, e o La Niña pode estender essas condições até o fim deste ano”, frisa a consultoria, em relatório.

Amanhã, o mercado ficará atento à divulgação da segunda estimativa de safra da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). Na primeira pesquisa, de janeiro, a estatal projetou colheita de 55,7 milhões de sacas de 60 quilos no país, sendo 38,7 milhões de arábica.

Produção de café no Paraná

AEN / divulgação

Suco de laranja

Hoje, os contratos futuros de suco de laranja concentrado e congelado (FCOJ, na sigla em inglês) para julho fecharam em queda de 3,7%, a US$ 1,688 por libra-peso. Os papéis de segunda posição, com vencimento em setembro, por sua vez, caíram 2,5%, a US$ 1,641 por libra-peso.

Algodão

No mercado de algodão, a queda do petróleo pressionou as cotações. Os lotes para julho terminaram o dia em baixa de 2,7%, a US$ 1,4447 por libra-peso, e os contratos para outubro recuaram 2,1%, fechando o dia negociados por US$ 1,3605 por libra-peso.

Os preços de algodão e petróleo têm correlação devido à concorrência entre tecidos sintéticos e de fibra natural. O barril do Brent encerrou o pregão em queda de 2,51%, a US$ 109,11.

Cacau

Os contratos de cacau que vencem em julho recuaram 1,7% em Nova York, a US$ 2.470 por tonelada. Já os papéis para setembro caíram 1,4%, a US$ 2.494 a tonelada.

Segundo relatório do Commerzbank, fortes chuvas melhoraram as perspectivas de safra intermediária na Costa do Marfim, maior produtor de cacau do mundo, o que pressionou as cotações. A temporada intermediária vai de abril a setembro.

Ainda de acordo com o banco, os produtores de cacau relataram que a colheita está acelerada, e apenas em alguns pontos as amêndoas de cacau ficaram mofadas.

No relatório trimestral publicado em fevereiro, a Organização Internacional do Cacau (ICCO) havia estimado uma safra de 2,2 milhões de toneladas na Costa do Marfim, o que ficaria um pouco abaixo do volume do ciclo passado. “No entanto, também há comércio de estoques acumulados no ano-safra anterior”, lembra o Commerzbank. “Haverá uma imagem mais clara no fim de maio, quando a ICCO divulgar as previsões em seu novo relatório trimestral”.

Açúcar

Depois de cinco altas consecutivas, os investidores realizaram lucros no mercado do açúcar demerara, que recuou. O papel para julho caiu 0,85%, a 19,83 centavos de dólar por libra-peso, e os compromissos para outubro fecharam em queda de 0,64%, a 19,95 centavos de dólar por libra-peso. O declínio do petróleo pressionou as cotações do adoçante. Quando o fóssil recua, as usinas brasileiras tendem a priorizar a produção de açúcar em detrimento da de etanol. Porém, segundo o Zaner Group, há relatos de que várias usinas do Centro-Sul brasileiro estão cancelando contratos de exportação de açúcar para desviar a matéria-prima para o biocombustível.

O alerta para a possibilidade de geadas no Brasil até o fim da semana limitou a queda. Segundo o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), a onda de frio pode prejudicar lavouras de cana-de-açúcar do Centro-Sul.
Fonte: VALOR
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