Bolsonaro teria sinalizado apoio a Pacheco, em “gratidão” ao trabalho de Alcolumbre no caso da investigação rachadinhas envolvendo Flavio Bolsonaro. O senador Rodrigo Pacheco (DEM-MG) é o preferido de Bolsonaro para a sucessão na Câmara, dizem assessores do presidente
Pedro França/Agência Senado
O governo do presidente Bolsonaro (sem partido) tem dito oficialmente que não irá interferir na disputa do Senado - diferentemente do que fez na Câmara - mas, nos bastidores, assessores presidenciais afirmam que a preferencia do presidente é pelo candidato de Davi Alcolumbre (DEM), o senador Rodrigo Pacheco (DEM).
O MDB, maior bancada do Senado, cobra neutralidade do presidente. Hoje, Bolsonaro tem marcada uma reunião com o senador Fernando Bezerra (MDB-PE) para discutir o assunto. Bezerra é líder do governo no Senado- e um dos candidatos do MDB na disputa pelo comando do Senado.
Segundo o blog apurou, o presidente conversou em dezembro com os senadores do MDB que querem disputar a Casa. São eles Eduardo Braga, Eduardo Gomes (líder do governo no Congresso) e o próprio Bezerra. Também recebeu no Alvorada o senador Rodrigo Pacheco com Davi Alcolumbre.
Segundo políticos do DEM e do MDB, ouvidos pelo blog, Bolsonaro teria sinalizado apoio a Pacheco, em “gratidão” ao trabalho de Alcolumbre no comando do Senado, principalmente em garantir que não houvesse nenhum andamento de processo no Conselho de Ética contra Flavio Bolsonaro, um dos filhos do presidente e alvo da investigação das rachadinhas.
O MDB não definiu seu candidato, o que só deve ocorrer em meados de janeiro. Se não houver neutralidade, o partido pode ameaçar com a entrega de lideranças e em dificultar a agenda do governo no Senado.
Enquanto isso, Pacheco segue articulando e fechando apoios. Nesta semana, garantiu o apoio da bancada do PSD. Ele foi a Minas Gerais, sua base eleitoral, conversar com o prefeito de Belo Horizonte, Alexandre Kalil (PSD). NA negociação, a garantia do DEM de que Pacheco não será candidato ao governo de Minas, o que poderia atrapalhar os planos de Kalil e do PSD em 2022.