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Guedes ignora índices econômicos e diz que Brasil saiu do 'inferno' da inflação

Por Redação

19/05/2022 às 15:29:41 - Atualizado há

Apesar da alta do custo de vida e das dificuldades diárias relatadas pelos brasileiros para comprar alimentos nos mercados, abastecer nos postos de gasolina, entre outros gastos, o ministro da Economia, Paulo Guedes, considera que o Brasil já superou o "inferno da inflação". 

"Era minha convicção que iríamos sofrer menos. Está faltando manteiga na Holanda, tem gente brigando na fila da gasolina no interior da Inglaterra, que teve a maior inflação dos últimos 40 anos e vai ter dois dígitos já já. Eles estão indo para o inferno", disse Guedes, que participou de evento da Arko Advice e Traders Club, em São Paulo, nesta quinta-feira (19).

"Nós já saímos do inferno, tentaram nos empurrar de novo, mas já conhecemos o caminho, já estivemos lá, sabemos como se sai rápido do fundo do poço", acrescentou.

Trazendo o foco para a realidade brasileira, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que mede a inflação oficial no Brasil, subiu 1,06% em abril, levemente acima da expectativa do mercado, que era de uma alta de 1%.

Foi a maior inflação para o mês desde 1996. Com isso, no acumulado de 12 meses, a alta chega a 12,13%. Nos quatro primeiros meses de 2022, a inflação já é de 4,29%, acima da meta prevista pelo Banco Central para o ano todo, que é de 3,5%. A informação foi divulgada na sexta-feira (8) pelo IBGE.

Além disso, analistas do mercado financeiro voltaram a elevar a projeção da inflação no país para 2022 e 2023. Agora, os especialistas ouvidos pelo Banco Central no Boletim Focus apostam em um IPCA de 7,89% ao fim do ano. Na projeção anterior, feita em fins de abril, a expectativa era de uma inflação oficial na casa de 7,65%.

Com isso, o índice de preços continua se distanciando da meta do BC para o ano, que é de 3,5%, com tolerância até 5%. Para o ano de 2023, os analisas também elevaram a projeção da inflação, mas em ritmo menor. Se há uma semana a aposta para o ano que vem era de inflação de 4%, agora a aposta passou a ser 4,1%.

Neste mesmo evento em São Paulo, o ministro avaliou que crise entre os poderes, que ele reconhece estar sendo inflamada pelo presidente Jair Bolsonaro (PL), está "pegando mal" para o país. 

"O pau come entre os poderes, mas ninguém atravessa a linha. De vez em quando, um ministro atravessa a linha e fica brincando ali, todo mundo vê que ele está pelado e põe ele para dentro de novo", declarou Guedes.

E prosseguiu: "Um presidente, às vezes, pisa do outro lado, e o pessoal: 'Presidente, está pegando mal esse negócio, parece que o senhor quer dar o golpe'", citando por fim o embate entre Bolsonaro e o ministro do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes, a quem Guedes se refere como "juiz" que estaria supostamente perseguindo o chefe do Executivo federal.

O ministro também afirmou que tem a expectativa de continuar no governo se Bolsonaro for reeleito. "Se essa coalizão seguir, é natural que eu ajude, que eu apoie, que eu esteja lá.".

"Em um aliança de liberais conservadores, vão apoiar, vão acelerar privatizações, vamos zerar o IPI, vamos aprofundar o choque de energia barata", completou, um dia após o Tribunal de Contas da União (TCU) ter aprovado o avanço do processo de privatização da Eletrobras. 

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Fonte: O TEMPO
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