A promessa era um evento no interior de São Paulo para falar sobre Amazônia conectada, proteção e educação. Mas pouca coisa aconteceu na prática A promessa era um evento no interior de São Paulo para falar sobre Amazônia conectada, proteção e educação. Mas pouca coisa aconteceu na prática, segundo o relato de executivos do setor. Os presidentes das teles foram convidados pelo Ministério das Comunicações há cerca de dez dias para o evento com o homem mais rico do mundo, o empresário Elon Musk, dono da empresa Starlink.
Com dois dias de antecedência, receberam um adendo. Na última versão do convite apareceu o aviso: “além da presença do ministro de Estado das Comunicações, Fábio Faria, está confirmada a participação do presidente da República, Jair Bolsonaro, portanto, pedimos a gentileza de chegar com uma hora de antecedência”.
Não foi a única descoberta de última hora. Embora o evento para falar de satélite tivesse o tema conectividade da Amazônia, só Musk teve espaço, o que incomodou parte dos CEOs. Isso porque das outras empresas que oferecem o serviço, apenas o grupo América Móvel, dono da Claro, que tem a StarOne (satélite que era da Embratel), participou.
Houve queixas ainda em relação à falta de efeitos práticos. Nas palavras de um executivo, foi “um grande evento de publicidade”. Outro deles classificou o convescote como “uma ideia de jerico”. E o almoço foi mais elogiado pelo menu, com filé mignon e tiramissú, do que pelo teor das conversas: “foi só comida e conversa fiada”, definiu um dos presentes, que disse ter visto poucas trocas verdadeiras e “debates genéricos” sobre a importância da tecnologia.
Mas a ciumeira, o azedume e a falta de um debate mais substancial não impediram que executivos de grandes empresas guardassem uma lembrança da reunião com o homem mais rico do mundo. Muitos executivos gravaram o momento com seus celulares e fizeram selfies com o bilionário. E sobraram até comentários sobre a altura de Musk (1,88m), um desafio ao bom enquadramento.
A presença ostensiva de executivos do BTG chamou a atenção. Musk almoçou entre Bolsonaro e o banqueiro André Esteves. Fundos do BTG compraram metade da empresa de fibra óptica da Oi, a InfraCo, o que gerou expectativa em relação às intenções do banco com a vinda de Musk.
A empresa de satélite do bilionário tem autorização para operar no Brasil e pretende oferecer internet em áreas rurais a partir de meados deste ano nas regiões Sul e Sudeste.
No almoço, entre os presidentes das teles, somente Rodrigo Abreu, que comanda a Oi, permaneceu. Um dos presentes decidiu ir embora e resumiu sua participação: “vim ver e ser visto por uma questão de cortesia com o Ministério das Comunicações”.
Encontro de Elon Musk com Jair Bolsonaro
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