Luciana Sagioro, de 16 anos, participou da tradicional competição internacional 'Prix de Lausanne', na Suíça. Em entrevista ao g1, ela contou como começou no balé, quais os próximos passos e a vontade de inspirar outras bailarinas. Bailarina em Juiz de Fora é eleita uma das melhores do mundo
A bailarina de Juiz de Fora, Luciana Sagioro, de 16 anos, foi eleita a 3ª melhor do mundo ao participar tradicional competição internacional "Prix de Lausanne", na Suíça. Em entrevista ao g1, ela contou como começou no balé, quais os próximos passos e a vontade de inspirar outras bailarinas.
Luciana Sagioro, bailarina em Juiz de Fora, fala sobre dedicação ao balé
Balé desde sempre
Luciana Sagioro, bailarina natural de Juiz de Fora
Marcela Lemgruber/Divulgação
Luciana começou no balé aos 3 anos de idade, quando foi fazer uma aula experimental em uma escola de Juiz de Fora. Segundo ela, dali em diante não quis mais parar: "o balé foi amor à primeira vista".
"Falei para os meus pais que queria ser bailarina, que queria seguir com essa carreira e que a minha profissão é ser bailarina. Pesquisei na internet as melhores escolas profissionais que enviassem bailarina para o exterior e encontrei a 'Petite Danse', que é onde estou até hoje", contou.
Mudança para o Rio de Janeiro
A companhia em que a bailarina faz parte atualmente é do Rio de Janeiro. Com 9 anos, pediu aos pais para fazer uma aula experimental e como ela era muito nova os pais não deixaram ela se mudar, mas a deixaram ir para a capital fluminense duas vezes por semana para fazer as aulas de balé, desde que o rendimento escolar continuasse o mesmo.
"Minhas notas na escola até aumentaram e aí eu consegui provar que era isso mesmo que eu queria. No final do ano os diretores conversaram com os meus pais e falaram que precisavam de mim todos os dias", explicou.
Foi então que, aos 10 anos de idade, Luciana se mudou de vez para o Rio de Janeiro junto com uma ajudante da família. Hoje, aos 16, já mora sozinha.
"Quando pessoas mais próximas a você sabem do seu proposito eles dão força. Claro que meus pais me perguntam se é isso que eu quero e quando eu falo sim eles me encorajam, então eu tenho um apoio muito grande. Não é fácil a distância, mas eu sei que o meu sonho é muito maior que tudo isso".
Melhor bailarina da América Latina
Juiz-forana participa de competição internacional de balé e conquista 3º lugar
No início deste ano, ela participou da competição "Prix de Lausanne 2022". Ela se inscreveu pela escola de balé "Petite Danse", onde dança há 5 anos, e conquistou uma vaga disputadíssima. Eram 79 bailarinos ao todo e apenas 20 se classificariam para as finais. Desses 20, foram escolhidos os 7 melhores do mundo.
Luciana conquistou o 3° lugar, além de ser a única da América Latina e da idade dela na premiação. Houve também uma votação na web para a escolha do “Bailarino da Torcida”, onde Luciana foi a eleita pelo público.
"Você ser selecionada em um país como o Brasil que tem tantos talentos é algo muito gratificante. Foram mais de 3 mil inscritos, 70 selecionados em todo o mundo e eu fui uma das escolhidas. É muito gratificante para mim receber o 3º lugar do mundo, 1º no Brasil e na América Latina e também na web", analisou.
Juiz-forana é eleita a 3ª melhor bailarina do mundo em competição internacional
Marcela Lemgruber/Divulgação
Próximos passos
Juiz-forana Luciana Sagioro durante competição na Suiça
Marcela Lemgruber/Divulgação
As premiações renderam bons frutos à bailarina, que recebeu propostas de bolsas de estudos em 8 companhias de dança. Escolheu a "Ópera Nacional de Paris", berço do balé clássico. Em 353 anos de fundação, a companhia teve apenas 3 brasileiros estudando e treinando na escola, sendo que o último foi há mais de 30 anos.
Nunca na história da Ópera houve um brasileiro convidado a estudar e Luciana se tornou a primeira bailarina a receber este convite.
"Em setembro eu já entro na escola e estou muito animada para viver essa etapa da minha vida. Já estou começando a separar as melhores sapatilhas e sigo dançando de segunda a sábado para entrar com um bom rendimento", completou.
Inspiração
Luciana ressaltou que a vida no balé não é fácil e que apesar do glamour no palco, com sapatilhas e coques perfeitos, a vida de um bailarino requer muitos sacrifícios. Segundo ela, é um meio de muita competição e inveja.
A dançarina pretende inspirar e mostrar a quem deseja ser renomado da dança que todos são capazes de realizar os próprios sonhos.
"Se a gente não lutar por aquilo que a gente quer ninguém vai. É preciso saber que não é fácil, que vão aparecer obstáculos, mas só depende de você. Pra mim ainda é difícil acreditar que eu consegui um título assim tão nova, é algo muito grande pra mim, mas eu acreditei e abri mão de várias coisas pelo meu sonho. Temos que acreditar naquilo que a gente quer", concluiu.
A adolescente quer inspirar outros bailarinos
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