O número de mortos pelas chuvas em Pernambuco subiu para 127. O Corpo de Bombeiros confirmou a localização de mais uma vítima no início da tarde dessa quinta-feira (2), em Paulista, região metropolitana do Recife. O corpo do homem, que havia sido levado pela enxurrada, foi encontrado no rio Catolé, próximo ao centro da cidade.
Ao menos uma pessoa continua desaparecida. Os bombeiros seguem procurando por uma senhora que teria sido soterrada em um deslizamento na comunidade do Areeiro, em Camaragibe. A busca conta com o auxílio de cães farejadores.
Com 127 mortos, a tragédia supera as cheias de 1975, quando 107 pessoas morreram no estado. A enchente de maio de 1966 matou 175 pessoas e continua como o maior desastre da história de Pernambuco.
No Recife, há 52 mortes confirmadas de moradores da cidade e 3.828 pessoas desabrigadas, segundo balanço da noite da quarta-feira (1º). O jornal Folha de S.Paulo mostrou nesta quarta que a Prefeitura aplicou apenas 17% das verbas disponíveis para urbanização de áreas de risco.
Em Pernambuco, o número de desabrigados subiu para 9.302 pessoas, que estão em 111 instituições, como escolas e entidades públicas, de 27 municípios. Campanhas de doação foram abertas para ajudar famílias atingidas.
Entre a noite de quarta e a manhã desta quinta, o Corpo de Bombeiros localizou mais duas vítimas na Região Metropolitana do Recife. Os corpos foram encontrados na Vila dos Milagres, no bairro do Barro, zona oeste no Recife, e no Curado IV, em Jaboatão dos Guararapes.
Ainda conforme o governo, outras quatro vítimas foram incorporadas às estatísticas após investigação social no Instituto de Medicina Legal (IML). Pernambuco, Bahia, Minas Gerais e Rio de Janeiro tiveram desastres naturais que somaram mais de 400 mortes nos últimos seis meses.
Ao todo, 31 cidades decretaram estado de emergência -assim como o Governo de Pernambuco.
De acordo com a administração estadual, 51 municípios tiveram algum tipo de prejuízo em consequência das chuvas.
A previsão emitida nesta quinta (2) pela Agência Pernambucana de Águas e Clima (Apac) indica tempo parcialmente nublado com chuva rápida de forma isolada ao longo do dia, em intensidade fraca, na Região Metropolitana do Recife, Zona da Mata Norte, Mata Sul e Agreste.
Entre 17 e 18 de julho de 1975, o Recife teve um forte temporal que deixou a cidade submersa após o Rio Capibaribe, que corta a cidade, transbordar. Outras 25 cidades banhadas pelo rio foram afetadas pelo avanço da água. Além dos 107 que foram a óbito, outros 350 mil ficaram desabrigados ou desalojados.
Há 48 anos, a maior parte da cidade ficou sem energia elétrica, hospitais afetados pela água e ruas intransitáveis, deixando o transporte apenas a cargo de barcos.
As mortes das cheias de 1975 se deram pela ingestão de água contaminada, afogamentos e problemas cardíacos pelo pânico causado pelos alagamentos.
Cidades em situação de emergência
1. Cabo de Santo Agostinho
2. Camaragibe
3. Goiana
4. Jaboatão dos Guararapes
5. Macaparana
6. Moreno
7. Nazaré da Mata
8. Olinda
9. Paudalho
10. Paulista
11. Recife
12. São José da Coroa Grande
13. São Vicente Ferrer
14. Timbaúba
15. Abreu e Lima
16. Araçoiaba
17. Igarassu
18. Aliança
19. Glória do Goitá
20. Vicência
21. Bom Jardim
22. Limoeiro
23. Passira
24. São Lourenço da Mata
25. Pombos
26. Palmares
27. Sirinhaém
28. Lagoa do Carro
29. Tracunhaém
30. Chã Grande
31. Escada
(Folhapress)