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Educação

Estudantes fazem ato para pedir que restaurante da USP de Piracicaba deixe de ser terceirizado


Empresa que realizava o serviço foi interditada no final de maio. Cerca de 400 alunos se reuniram com diretor, prefeito do Campus e pró-reitora para entregar reivindicações. Ato de estudantes para fim da terceirização do restaurante da USP, em Piracicaba

Bruno Fernandes

Cerca de 400 estudantes da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq/USP), em Piracicaba (SP), realizam na tarde desta sexta-feira (3) um ato para cobrar que o restaurante universitário (RU) da instituição deixe de ser terceirizado. A reivindicação ocorre depois que a empresa que realizava o serviço foi interditada, no final de maio, e relatos de má qualidade da alimentação servida.

Os estudantes se reuniram no hall do prédio Departamento de Engenharia da Esalq, por volta das 14h. Após início da manifestação, o grupo conseguiu falar com o diretor, prefeito do Campus e a pró-reitora da USP.

Durante o diálogo com o grupo, os dirigentes garantiram ações para fornecer alimentação de qualidade e informaram que o restaurante será reaberto "o mais rapidamente".

Em nota, a Esalq informou que foi proposto a realização de uma reunião na próxima segunda-feira (6), no gabinete da pró-reitoria de graduação da USP em São Paulo. Para ela, foram convidados representantes dos alunos de graduação e de pós-graduação, além de dirigentes do campus Luiz de Queiroz.

"A expectativa é promover a busca conjunta de solução para o problema de funcionamento do Restaurante Universitário, dentro daquilo que a legislação permite", acrescentou a universidade.

Dirigentes compareceram a ato de estudantes na Esalq

Bruno Fernandes

Interdição e queixas sobre qualidade

No dia 27 de maio, a Esalq informou ao g1 que a cozinha industrial da empresa terceirizada, responsável pelo entrega das marmitas na unidade de ensino, foi interditada.

"A cozinha, localizada fora do Campus e não pertencente à USP, é de responsabilidade da empresa licitada. Os alimentos servidos no Campus vinham sendo fiscalizados de acordo com as normas legais e com rigor, inclusive com a realização de análises laboratoriais. A Prefeitura do Campus está fortemente empenhada na busca alternativas possíveis para o mais rápido restabelecimento do fornecimento de alimentação aos alunos", diz a Esalq, à época.

Três dias após a interdição, o campus providenciou marmitas em caráter emergencial aos alunos, no dia 30 de maio, principalmente aos bolsistas e àqueles em condições de vulnerabilidade social.

Cozinha que fornece marmitas para estudantes da USP de Piracicaba é interditada

A equipe da EPTV esteve no campus da USP na cidade na manhã do dia 30 de maio e conversou com alguns alunos sobre a situação. A estudante Mariane de Moura falou da insuficiência na quantidade de marmitas para atender a todos os que dependem da alimentação.

"Às vezes, não dá tempo de reservar e quando não conseguimos, realmente ficamos sem marmita porque existe um horário limite para retirar. As filas são muito grandes e eles não conseguem cobrir a demanda que temos", disse.

"Muitas vezes, achávamos cabelo e unha. Já achamos pedra. A carne e o arroz já vieram crus", afirma a universitária Tainá Novaes.

A universitária Aline Oliveira também narrou a baixa qualidade dos alimentos. "A comida não estava boa, o arroz sempre duro, o feijão bem seco. Não era uma marmita que conseguíamos comer", criticou.

No dia 30 de maio, a Vigilância Sanitária afirmou que recebeu duas denúncias sobre as condições de higiene, esteve no local onde as marmitas eram preparadas e constatou irregularidades. Segundo o órgão, assim que todas as readequações forem realizadas e ocorrer nova vistoria, as atividades podem ser retomadas.

A empresa responsável nega as denúncias e afirma que uma nutricionista acompanha todo processo de produção dos alimentos fornecidos a Esalq.

Alunos durante atos pela qualidade da alimentação no campus da USP em Piracicaba e fim da terceirização do restaurante universitário

Claudia Assencio/g1

O que diz a Esalq

Em nota, também no final de maio, a Esalq afirmou que enviou repetidas advertências a empresa responsável e que segue em "continuo esforço para fornecimento de alimentação, ao menos aos mais vulneráveis, a PUSP-LQ está adotando todas as providências possíveis, dentro da legalidade e com o devido senso de urgência e responsabilidade".

A instituição afirma ainda que foi realizado pregão para contratação de novo serviço de entrega de marmita, mas que não teve sucesso porque a empresa vencedora não apresentou a documentação completa e foi considerada inabilitada.

A Prefeitura do Campus da Esalq afirma ainda que os alunos bolsistas do Programa de Apoio à Permanência e Formação Estudantil (PAPFE) serão atendidos com entrega de marmitas, dentro do teto de despesas permitido pela legislação vigente.

Alunos da Esalq em Piracicaba durante protesto no campus contra a terceirização do restaurante universitário

Claudia Assencio/g1

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