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BRASIL

Torres promete a ministra britânica 'apoio' nas buscas por desaparecidos


O ministro da Justiça e Segurança Anderson Torres se reuniu com a ministra do Reino Unido para a África, América Latina e Caribe, Vicky Ford, na quinta-feira (9), para dar esclarecimentos sobre os esforços do governo brasileiro nas buscas pelo jornalista britânico Dom Phillips e ao indigenista brasileiro Bruno Pereira. Os dois estão desaparecidos no Vale do Javari, no estado do Amazonas, desde domingo (5).

O encontro dos ministros foi viabilizado nos Estados Unidos, por ocasião da 9ª Cúpula das Américas, que ocorre em Los Angeles, na Califórnia (EUA). Torres integra a comitiva do presidente Jair Bolsonaro (PL), que tem sido cobrado internacionalmente pelo desmatamento na Amazônia. O desaparecimento do jornalista e do indigenista aumentou ainda mais a desconfiança sobre a competência do governo Bolsonaro na proteção da floresta.

Embora o próprio Bolsonaro esteja pessimista quanto ao que ocorreu com a dupla e tenha culpado os dois por terem desaparecido enquanto trabalhavam na região, Torres buscou transmitir entusiasmo, pelas redes sociais, nesta sexta-feira (10).

"Ontem (9), na Cúpula das Américas, me encontrei com a ministra Vicky Ford. Oportunidade única de mostrar ao governo do Reino Unido os esforços do governo brasileiro na busca aos desaparecidos no Vale do Javari. Reforçamos nossa amizade e solidariedade. Seguiremos apoiando!". Veja a publicação:

Com tom mais sóbrio, a ministra britânica destacou em sua publicação nas redes sociais que Torres lhe garantiu "que as autoridades brasileiras estão fazendo tudo o que pode ser feito com buscas aéreas, com barcos e por terra" para encontrar o jornalista Dom Phillips e o indigenista Bruno Pereira, a quem ela não citou. 

"Eu encontrei o ministro Anderson Torres para discutir o desaparecimento de Dom Phillips. Ele [Anderson Torres] me garantiu que as autoridades brasileiras estão fazendo tudo o que pode ser feito com buscas aéreas, com barcos e por terra em um terreno muito difícil e remoto para buscar Dom [Phillips], e que seguirão buscando. O Reino Unido está pronto para apoiar a operação", escreveu a ministra, em inglês, na quinta-feira (9). Veja a publicação:

Saiba quais ações foram mobilizadas por Anderson Torres nas buscas pelos desaparecidos

Diante do aumento da pressão sobre o governo federal, que resistiu a mandar reforços, o Ministério da Justiça determinou nesta sexta-feira a liberação do uso da Força Nacional no Amazonas.

A decisão foi publicada no Diário Oficial da União. O texto especifica que o contingente militar será destinado a "ações de combate ao crime organizado, ao narcotráfico e aos crimes ambientais". 

Ou seja, a Força Nacional vai atuar no combate aos crimes que motivaram a ida de Dom Phillips à região para apuração de um livro que escreve com apoio de uma instituição estrangeira. 

De acordo com a portaria publicada pelo Ministério da Justiça nesta sexta, fica autorizado, por 90 dias, operações "na calha do Rio Negro e Solimões, no Estado do Amazonas, em atividades e serviços imprescindíveis à preservação da ordem pública e da incolumidade das pessoas e do patrimônio"

Além do Amazonas, o ministério também autorizou o uso da Força Nacional nas cidades de Boa Vista e Pacaraima, em Roraima, também por 90 dias.

O Vale do Javari é uma região de difícil acesso, próxima à fronteira com o Peru e a Colômbia, e especialmente afetada pela presença de garimpeiros e madeireiros ilegais que exploram a região.

O ministério da Defesa afirmou em um comunicado que desde segunda-feira o exército mobiliza 150 soldados "especialistas em operações em ambiente de selva, que conhecem o terreno onde acontecem as buscas".

Comoção nacional e internacional pelos desaparecidos aumenta pressão

A brasileira Alessandra Sampaio, esposa de Phillips, pediu, entre lágrimas, ao governo e aos órgãos competentes para "intensificarem as buscas", em um vídeo divulgado pela TV Bahia.

"Mesmo que eu não encontre o amor da minha vida vivo, eles têm que ser encontrados, por favor", implorou.

Onze organizações de imprensa pediram uma audiência urgente aos ministros da Justiça e da Defesa e pediram informações sobre o avanço das operações.

"Espero que sejam encontrados logo, que estejam bem e em segurança", escreveu o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva em suas redes sociais, ao lado de fotos com Phillips durante uma entrevista em 2017.

Nesta terra indígena, para onde Phillips já havia viajado com Pereira em 2018, vivem 6.300 indígenas de 26 grupos diferentes, 19 deles isolados, segundo a ONG Instituto Socioambiental.

Phillips e Pereira haviam viajado de barco até a localidade de Lago Jaburu e deveriam retornar à cidade de Atalaia do Norte na manhã de domingo. 

O objetivo era entrevistar indígenas, e os dois chegaram a Lago Jaburu na noite de sexta-feira.

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