Resultado oficial será divulgado pelo IBGE nesta terça-feira. Previsão está acima da meta central, mas dentro no intervalo de tolerância, de 2,5% a 5,5%. Economistas ouvidos pelo BC estimaram queda de 4,37% no PIB de 2020. Os analistas do mercado financeiro reduziram a estimativa de inflação para 2020 de 4,38% para 4,37%, informou nesta segunda-feira (11) o Banco Central.A projeção faz parte do boletim de mercado conhecido como relatório "Focus". Os dados foram levantados na semana passada em pesquisa com mais de 100 instituições financeiras.O resultado do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), a inflação oficial do país, de 2020 será divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta terça-feira (12).Mesmo com a queda, a expectativa do mercado para o IPCA segue acima da meta central de inflação, de 4% para 2020. Entretanto, ainda está dentro do intervalo de tolerância. Pela regra, o índice pode oscilar de 2,5% a 5,5% no ano passado sem a meta ser formalmente descumprida. A meta de inflação é fixada pelo Conselho Monetário Nacional (CMN). Para alcançá-la, o Banco Central eleva ou reduz a taxa básica de juros da economia (Selic). Quando a meta não é cumprida, o BC tem de escrever uma carta pública explicando as razões.No decorrer do ano passado, com a pandemia de Covid-19 e a recessão na economia brasileira, o mercado baixou a estimativa de inflação. Nos últimos meses, porém, com a alta do dólar e a retomada da economia, os preços voltaram a subir. Em outubro, a inflação oficial do país subiu para 0,86%, a maior desde 2002 e, em novembro, avançou para 0,89% – o maior resultado para esse mês desde 2015.Para 2021, o mercado financeiro subiu de 3,32% para 3,34% a previsão de inflação. Neste ano, a meta central de inflação é de 3,75% e será oficialmente cumprida se o índice oscilar de 2,25% a 5,25%.Retração da economiaSobre o comportamento da economia brasileira em 2020, os economistas do mercado financeiro aumentaram a estimativa de tombo do Produto Interno Bruto (PIB) de 4,36% para 4,37%. O PIB é a soma de todos os bens e serviços produzidos no país e serve para medir a evolução da economia.Na última semana, o mercado baixou de 3,40% para 3,41% a estimativa média de crescimento do PIB para 2021.A expectativa para o nível de atividade foi feita em meio à pandemia, que tem derrubado a economia mundial e colocado o mundo no caminho de uma recessão. Nos últimos meses, porém, indicadores têm mostrado uma retomada da economia brasileira.Em novembro, o governo brasileiro baixou de 4,7% para 4,5% sua previsão para a retração do PIB em 2020.O Banco Mundial prevê uma queda de 5,4% no PIB brasileiro e o Fundo Monetário Internacional (FMI) estima um tombo de 5,8% em 2020.Em 2019, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o PIB cresceu 1,1%. Foi o desempenho mais fraco em três anos.Após recuar nos dois primeiros trimestres deste ano, o PIB apresentou uma alta de 7,7% entre julho e setembro – contra os três meses anteriores. O resultado confirmou a saída do país da chamada "recessão técnica", mas ainda não recuperou as perdas registradas durante a pandemia.Taxa básica de jurosApós a manutenção da taxa básica de juros em 2% ao ano em dezembro na última reunião de 2020, o mercado segue prevendo alta na taxa Selic neste ano. A expectativa dos economistas para a taxa básica de juros no fim deste ano passou de 3% para 3,25% ao ano.Outras estimativasDólar: a projeção para a taxa de câmbio no fim de 2021 foi mantida em R$ 5 por dólar.Balança comercial: para o saldo da balança comercial (resultado do total de exportações menos as importações), a projeção em 2021 recuou de US$ 55,10 bilhões para US$ 55 bilhões de resultado positivo. Investimento estrangeiro: a previsão do relatório para a entrada de investimentos estrangeiros diretos no Brasil em 2021 permaneceu em US$ 60 bilhões.