Candidato à presidência da Câmara defendeu a aprovação da PEC Emergencial como uma maneira de criar condições fiscais para um novo programa social. Fim do auxílio O candidato à presidência da Câmara, deputado Arthur Lira (PP-AL) disse em entrevista coletiva nesta segunda-feira (11) que não tem como propor uma "solução a curto prazo" para substituir o auxílio emergencial, encerrado no fim do mês passado.
Milhões de brasileiros deverão ter a renda afetada com o fim do auxílio. Os pagamentos mensais do governo, voltados a ajudar trabalhadores informais na pandemia de Covid-19, representaram a única fonte de renda para 2,9 milhões de domicílios (4,3%) no país no mês de novembro, de acordo com pesquisa do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea). Os maiores impactos com o fim do auxílio devem ocorrer nas economias dos estados do Norte e do Nordeste.
Lira falou com jornalistas como parte da agenda de campanha. Ele disse que defendeu ao longo de 2020 a busca para uma alternativa ao fim do auxílio, enquanto ainda estava em vigor o Orçamento de Guerra, que permitia ao governo gastos extraordinários por causa da pandemia.
"A gente está cuidando da causa quando não cuidou do problema lá atrás. E volto a dizer o que disse aqui. Cobrei 2020 inteiro para que arrumássemos uma solução, com a PEC do Orçamento de Guerra em vigor. Eu não sou mágico. A gente não tem como propor uma solução a curto prazo", afirmou Lira.
Agora, disse o candidato, o que pode ser feito no Congresso é priorizar a aprovação da proposta de emenda à Constituição (PEC) conhecida como Emergencial, que ativa gatilhos para impedir o excessivo endividamento do governo.
Com a aprovação da PEC, segundo Lira, poderá ser discutido um novo benefício social. “Com a PEC Emergencial, que nós temos de tratar ela sem versão, cuidando de tratar de maneira bem detalhada, ela vai nos abrir a possibilidade orçamentária de criar um programa como esse”, disse.
"Com calma e firmeza o único caminho é votar rapidamente o orçamento e na primeira quinzena o governo possa fazer um aceno com orçamento que não lhe crie problemas, e aí fazer esse aceno. Fora isso é brincar com as realidades das pessoas", completou Lira.
O deputado é um dos líderes do bloco conhecido como Centrão, que reúne siglas de centro-direita e, desde meados do ano passado, oferece apoio ao Palácio do Planalto em troca de cargos no governo. Lira é o candidato apoiado pelo presidente Jair Bolsonaro na eleição da Câmara.