Familiares e amigos do brasileiro Douglas Búrigo relatam, nas redes sociais, que o homem foi morto durante um bombardeio russo à cidade de Kharkiv, na Ucrânia, na madrugada deste sábado. Nascido no Rio Grande do Sul, Búrigo já atuou pelo Exército do Brasil e foi para o leste europeu em maio para atuar junto às tropas ucranianas na guerra contra a Rússia, seguindo o exemplo de outros brasileiros.
A morte seria a segunda de um brasileiro durante o conflito, que completou quatro meses no último dia 24. O Ministério das Relações Exteriores foi procurado para confirmar a morte, mas ainda não se posicionou. No perfil de Búrigo, no Instagram, uma amiga escreveu que o homem estava em um local alvo de ataques russos. Uma outra brasileira estaria com ele no momento e também teria sido vitimada, mas não há comentários sobre estado de saúde ou óbito.
Um outro conhecido escreveu que Douglas era uma pessoa “corajosa e valorosa. “Deus está contigo! Que as asas dele possam confortar sua família! Nós não o perdemos, quem perder é que fica aqui e em breve todos nós encontraremos no lar celestial onde os guerreiros habitam”, publicou a conta @s.lisounenko.
Outro usuário lamentou a notícia e fez um apelo aos brasileiros que estão na Ucrânia: “Retornem, não sejam bucha de canhão numa guerra que não é nossa”, disse o perfil @vouverdeperto. Em meio às publicações de pesar, há comentários que debocham da situação utilizando bandeiras russas e usando expressões como “CPF cancelado”.
A morte de Douglas Búrigo, relatada por familiares, é a segunda noticiada desde o início do conflito. Em 9 de junho, o Ministério das Relações Exteriores do Brasil confirmou a morte de André Luís Hack Bahi, socorrista de 43 anos que combatia ao lado das tropas ucranianas na região do Donbass, uma das regiões de maior escalada das tensões.
Gaúcho de Porto Alegre, André Bahi foi o primeiro brasileiro morto no conflito. André Bahi morreu em confronto com tropas russas em Severodonetsk, cidade que é o último bastião da resistência ucraniana em Luhansk.
As viagens à Ucrânia como feito por Douglas e André não são casos isolados. Alguns brasileiros estão no país para atuar voluntariamente na Legião Internacional de Defesa Territorial da Ucrânia, movimento lançado pelo governo de Zelensky.
No site lançado pelo governo ucraniano em março estão disponiveis instruções a estrangeiros de pelo menos 60 países de como se voluntariar para atuar nos combates aos russos. Na aba dedicada ao Brasil, as instruções levam ao site e às informações de contato da Embaixada da Ucrânia.