O Ministério das Relações Exteriores confirmou a morte de mais dois brasileiros que estavam junto às tropas ucranianas na guerra contra a Rússia. As vítimas são Douglas Búrigo, de 40 anos, e Thalita do Valle, de 39. Os óbitos foram informados, no final de semana, pelas famílias. No entanto, o posicionamento oficial do Itamaraty ocorreu na noite desta terça-feira (05).
Conforme o órgão, a Embaixada do Brasil em Kiev, capital da Ucrânia, confirmou o falecimento. Os dois morreram na última sexta-feira (1º), durante um bombardeio a um bunker em Kharkiv onde eles estavam. Segundo relatos de combatentes, Thalita estava sozinha no local quando houve o ataque. Douglas, então, teria retornado retornou ao bunker para resgatar Thalita, quando houve nova investida russa que culminou com a morte da dupla.
Com as confirmações, o número de brasileiros que morreram atuando em tropas ucranianas na Rússia subiu para três. A primeira vítima fatal foi André Hack, que morreu em um combate na madrugada de 5 de junho. “Assim como tem feito desde o começo do conflito, o Itamaraty continua a desaconselhar enfaticamente deslocamentos de brasileiros à Ucrânia, enquanto não houver condições de segurança suficientes no país”, reforçou o órgão em nota.
Douglas era ex-militar do Exército e morava no Rio Grande do Sul. O homem foi para o leste europeu em maio para atuar junto às tropas ucranianas na guerra contra a Rússia. No instagram, a mãe, Cleuza Búrigo, lamentou a perda do filho. “Descansa meu filho. Nós te amamos”, escreveu a mulher. Já Thalita do Valle era atriz, modelo, estudante de Direito, ativista de causas animais, socorrista e atiradora de elite.
Ela atuou, inclusive, no resgate de fauna nos rompimentos de barragens em Mariana (2015) e Brumadinho (2019). Thalita já tinha experiência em conflitos anteriores. Socorrista e com cursos de tiro no Brasil, participou de uma missão contra o Estado Islâmico no Iraque, Curdistão iraquiano e Curdistão Sírio há três anos, conforme registros em seu canal no YouTube.
As viagens à Ucrânia como feitas por Douglas, Thalita e André não são casos isolados. Alguns brasileiros estão no país para atuar voluntariamente na Legião Internacional de Defesa Territorial da Ucrânia, movimento lançado pelo governo de Zelensky.
No site lançado pelo governo ucraniano em março estão disponiveis instruções a estrangeiros de pelo menos 60 países de como se voluntariar para atuar nos combates aos russos. Na aba dedicada ao Brasil, as instruções levam ao site e às informações de contato da Embaixada da Ucrânia.
(*Com agências)