O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) se manifestou, pelas redes sociais, sobre a trágica festa de aniversário com temática petista, do guarda municipal Marcelo Arruda, que terminou com a morte dele e do policial penal federal Jorge José da Rocha Guaranho, eleitor de Jair Bolsonaro (PL).
Lula fez uma sequência de publicações no Twitter, neste domingo (10), sobre o episódio, que ocorreu no sábado (9) em Foz do Iguaçu (PR).
"Nosso companheiro Marcelo Arruda comemorava o seu aniversário de 50 anos com a família e amigos, em paz, em Foz do Iguaçu. Filiado ao Partido dos Trabalhadores, sua festa tinha como tema o PT e a esperança no futuro; com a alegria de um pai que acabou de ter mais uma filha", escreveu na primeira publicação.
"Uma pessoa, por intolerância, ameaçou e depois atirou nele, que se defendeu e evitou uma tragédia maior. Duas famílias perderam seus pais. Filhos ficaram órfãos, inclusive os do agressor. Meus sentimentos e solidariedade aos familiares, amigos e companheiros de Marcelo Arruda", continuou o petista.
"Também peço compreensão e solidariedade com os familiares de José da Rocha Guaranho, que perderam um pai e um marido para um discurso de ódio estimulado por um presidente irresponsável. Pelos relatos que tenho, Guaranho não ouviu os apelos de sua família para que seguisse com a sua vida. Precisamos de democracia, diálogo, tolerância e paz", concluiu.
Veja as publicações de Lula:
Nosso companheiro Marcelo Arruda comemorava o seu aniversário de 50 anos com a família e amigos, em paz, em Foz do Iguaçu. Filiado ao Partido dos Trabalhadores, sua festa tinha como tema o PT e a esperança no futuro; com a alegria de um pai que acabou de ter mais uma filha.
— Lula (@LulaOficial) July 10, 2022
Testemunhas relataram a jornais locais que Arruda celebrava seus 50 anos com amigos e familiares na sede da Associação Esportiva Saúde Física Itaipu (Aresfi), na noite do sábado, quando o policial penal federal Jorge José da Rocha Guaranho invadiu o local gritando “Bolsonaro” e “mito”.
Conforme o boletim de ocorrência registrado na Polícia Civil do Paraná, as testemunhas contaram que Guaranho era desconhecido de todos e não foi convidado. Ele chegou ao local em um carro e saiu do veículo armado gritando "aqui é Bolsonaro", intimidando os convidados da festa, mesmo acompanhado da esposa e de uma criança de colo.
A esposa de Arruda se identificou como policial civil e mostrou o distintivo, o que convenceu Guaranho a ir embora, mas ele retornou à festa sozinho depois de 20 minutos, de acordo com o boletim de ocorrência.
Arruda também se identificou como guarda municipal e resolveu pegar a própria arma, quando recebeu os dois primeiros tiros disparados por Guaranho. Arruda também atirou diversas vezes e acertou o policial penal com pelo menos três tiros, ainda segundo o boletim de ocorrência.
Os dois foram socorridos e encaminhados ao Hospital Municipal Padre Germano Lauck, mas não resistiram e tiveram morte confirmada na madrugada deste domingo.
Marcelo Arruda deixa esposa e quatro filhos, um deles uma bebê de apenas 1 mês. Era filiado ao PT, foi guarda municipal por 30 anos e nas eleições de 2020 se candidatou a vice-prefeito de Foz do Iguaçu.
Os jornais locais não deram mais informações sobre a família e histórico profissional de Jorge José da Rocha Guaranho.
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